Quatro perguntas a Pinto da Costa e Villas-Boas: a comunicação ‘Norte contra o centralismo’ e a relação com os Super Dragões

Editor
Jorge Nuno Pinto da Costa: Se o digo, é porque o sinto. Todas as mulheres e homens do Norte o sentem. Existe um centralismo fortíssimo do nosso País, há vários anos.
André Villas-Boas: Não posso ser ingénuo, muito menos politicamente correto, e ignorar que pouco ou nada foi oferecido ao FC Porto, e que isso moldou essa tal marca ou postura. O FC Porto teve de combater muitas desigualdades e favorecimentos a outros clubes, mais ou menos evidentes, ao longo dos anos. Mas o FC Porto tem de saber que, concentrando-se no seu trabalho, consegue ser muito melhor do que os outros. O nosso ADN, marcado por uma cultura de vitória e resiliência, permite-nos superar adversidades e manter-nos em um estado constante de motivação e busca pela excelência. É este espírito é o que nos eleva como o clube português mais reconhecido e bem-sucedido internacionalmente.
De qualquer forma, essa postura não pode ser um motivo de impedimento para que o não FC Porto cresça nacionalmente na sua rede de associados, adeptos e simpatizantes. Atualmente, 88% dos nossos sócios estão concentrados em apenas três distritos: Porto, Braga e Aveiro. É uma realidade que me entristece. Isso mostra que não conseguimos capitalizar completamente décadas de conquistas para aumentar a nossa influência nacional. É essencial que adotemos novas estratégias de comunicação e interação para estreitar laços com adeptos de outras regiões, tornando o clube mais inclusivo e ampliando nossa base de apoio por todo o país.
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