FC Porto

Pinto da Costa responde a Villas-Boas: rejeita estar “a usurpar um lugar” e anuncia que estará no banco do FC Porto na final da Taça

Pinto da Costa responde a Villas-Boas: rejeita estar “a usurpar um lugar” e anuncia que estará no banco do FC Porto na final da Taça
Diogo Cardoso

Em declarações à SIC Notícias na sequência da tomada de posse do novo presidente do FC Porto, o homem que liderou o clube entre 1982 e 2024 diz considerar, “tal como os jogadores e o treinador”, que a sua presença no banco no Jamor “é um acréscimo positivo” para “incentivar” a equipa contra o Sporting. Pinto da Costa disse que Villas-Boas é “um nome com prestígio”, mas que “teve um apoio total da comunicação social” e acusou alguns apoiantes de AVB de “hipocrisia”

Como encara sucessão?

“Com normalidade, estava marcado há dias, estava preparado para ela. Tomei posse como membro do conselho superior e assisti à posse de todos, correu muito bem. Foi momento de transição calmo, sereno e com vontade de que FC Porto continue a progredir.”

Mensagem para sócios

“Deixo o slogan da minha campanha: ‘Todos pelo FC Porto’. Se estivermos todos pelo FC Porto, o FC Porto vai ser maior.”

Análise às eleições

“Mais do que um bom programa, o Villas-Boas é um nome com prestígio mas, além disso, teve um apoio total da comunicação social. O único que foi isento, independente e igual para as duas partes foi a SIC, razão pela qual estou a falar para vocês. De resto, houve canais onde não consegui falar e onde ele teve abertura para entrevistas, era todos os dias apoiado e eu quase que insultado. Houve jornais de referências que fizeram entrevistas de primeira página com ele, mas eu não tive sequer uma linha para falar. As campanhas eleitorais são como são, depois as pessoas vão atrás. Queriam uma mudança, têm a mudança, agora espero, desejo e estou convencido de que será uma mudança para melhor. Mudar para pior não vale a pena, mudar para ficar na mesma também não. Estou seguro que o André Villas-Boas será capaz de levar o clube em frente, conheço-o bem, não tenho a menor dúvida disso.”

Desafios da nova direção

“Têm a parte financeira, que é um desafio para qualquer pessoa em qualquer altura, sempre foi, desde que eu entrei. E é, sobretudo, um desafio desportivo, porque ele colocou a bitola alta ao dizer que para o ano seremos campeões nacionais. É o que todos desejamos e aquilo por que eu sempre lutava.”

Elogios de André Villas-Boas

“Essa parte era previsível, um pró-forma. Aceito que da parte dele sejam sinceros, da parte de muitos que o aplaudiram é um pouco de hipocrisia, porque os conheço bem."

Apelo que AVB fez para renúncia da administração da SAD

“Não estamos a mais nem a usurpar um lugar. Não somos nós, é o presidente da mesa da Assembleia-Geral que marcou a tomada de posse. Poderia ser a 12, a nosso pedido ele antecipou [a tomada de posse] para 7 de maio. Não fomos nós que fizemos os estatutos, nós até queríamos mudar os estatutos.”

Estar na final da Taça de Portugal

“Estou convencido de que a minha presença junto da equipa na final da Taça de Portugal poderá ser uma ajuda para que a equipa vença a Taça. Não estou a ver que uma mudança abrupta no futebol, quando ainda sequer ninguém falou com o treinador ou com os jogadores, isso fosse um fator positivo para entrarmos no Jamor com mais possibilidades de ganhar. Se fosse isso, já o teria feito. Conheço bem a equipa, o espírito dela e dos treinadores, penso que a minha saída do futebol, neste momento, seria negativa. Não percebo a citação [de AVB], na medida em que ele tem acesso a todas as questões que fizeram levantar, a todos os serviços, não vejo qual a diferença. Colocar entrave? Nenhum! Dizer-se que não se pode preparar a época? Mal foram eleitos já tinham o Zubizarreta contratado, isso é preparar a época. Se quiserem preparar a época, não é por não terem tomado posse que não o fizeram.”

Presença no Jamor

“Penso — tal como os jogadores e o treinador — que a minha presença no estádio de Oeiras é um acréscimo positivo para os incentivar a continuar a ganhar. Vou, no estádio de Oeiras, em homenagem a todos os atletas e treinadores que nestes 42 anos encheram o FC Porto de vitórias, vou estar, simbolicamente, no banco do Jamor. É um sinal de força e união para ganharmos a Taça. Seria mais agradável estar lá em cima, com as entidades e amigos que tenho. Não me demito porque penso que a minha presença é importante. A partir da Taça de Portugal, que espero ganhar, demito-me, porque não estou agarrado ao lugar.”

Animosidade entre antiga e atual direção?

“Não há animosidade nenhuma, tal como se viu hoje e se verá domingo, no jogo contra o Boavista, quando estaremos ambos no camarote. Entendo, e volto a repetir: a minha saída a poucos dias da final da Taça seria negativa para o rendimento da equipa. Não vou sair com um euro de indemnização, vou deixar lá algumas centenas de milhares de euros que não levantei na altura própria e que não vou levantar agora.”

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