FC Porto

André Villas-Boas revela que FC Porto teve salários em atraso em novembro e diz que Anselmi é para continuar na próxima época

André Villas-Boas revela que FC Porto teve salários em atraso em novembro e diz que Anselmi é para continuar na próxima época
Diogo Cardoso

Em entrevista ao “Jornal de Notícias” e ao “Jogo”, o presidente do FC Porto assume que “vai caminhando na rua com alguma vergonha” por causa do 3.º lugar da equipa no campeonato, mas que, no campo financeiro, em 11 meses os dragões já abateram “179 milhões de euros do passivo”

Numa longa entrevista concedida em conjunto ao “Jornal de Notícias” e ao “Jogo”, a primeira desde que chegou à presidência do clube, em maio do ano passado, André Villas-Boas repassou questões financeiras, desportivas e da atualidade do futebol português, assumindo que em novembro o FC Porto chegou a ter salários em atraso e que sente “alguma vergonha” pelos resultados da equipa principal esta temporada.

“Chegámos a uma situação, em novembro, de desespero absoluto, com salários em atraso nas modalidades, no futebol, nos funcionários”, revelou o presidente do FC Porto, sublinhando que só “a credibilidade desta direção e administração” tornou possível “concluir a operação Dragon Notes”, que permitiu a renegociação da dívida e o encaixe de 115 milhões de euros. Villas-Boas vai mais longe e diz que a operação “permite ao FC Porto existir esta época enquanto clube de associados”.

O líder dos dragões divulgou também que nos últimos 11 meses o FC Porto já pagou “179 milhões de euros do passivo” e que neste momento “tem os salários em dia, não deve nada a clubes” e recomprou ainda “parte dos seus direitos televisivos que estavam antecipados até 2028”. Renegociou ainda empréstimos para condições mais vantajosas. Ainda assim, Villas-Boas frisa que “falta um longo caminho” para que o FC Porto esteja “saneado financeiramente na totalidade”.

Anselmi e o mercado

Do ponto de vista desportivo, André Villas-Boas assume a desilusão com os resultados desta época. “Vou caminhando na rua com alguma vergonha, porque há uma vergonha que me abraça pela parte do desportivo e porque me custa ver a equipa no 3.º lugar”, aponta.

Mas, aconteça o que acontecer com a equipa principal de futebol, Villas-Boas garante “em absoluto” que Martín Anselmi estará no bando na próxima época, chamando-lhe mesmo “um dos próximos grandes treinadores do futebol europeu”.

Sobre o mercado, o presidente dos dragões não afasta saídas e diz que terá de haver “uma renovação das equipas”, antecipando mudanças no plantel. Francisco Conceição poderá ser um reforço inesperado: Villas-Boas diz que não há conversações com a Juventus para a compra em definitivo do extremo e que o internacional português tem “todas as condições para voltar”, agora que está “resolvido o problema do pai com Vítor Bruno”, treinador que acredita que irá “triunfar” apesar da saída pela porta pequena do FC Porto.

Pinto da Costa e o cortejo fúnebre

Numa entrevista em que assumiu que o FC Porto vai apoiar o candidato José Mendes na corrida à liderança da Liga, o tema Pinto da Costa foi também incontornável, com o atual presidente do FC Porto a lamentar que tenha sido “difícil convencer a família” para que o cortejo fúnebre passasse pelo Estádio do Dragão: “Penso que a cerimónia poderia ter sido ainda mais digna e elevada. Penso que honrou o FC Porto e Jorge Nuno Pinto da Costa, mas poderia ter sido muito melhor”.

Já o silêncio de Sporting e Benfica após a morte do histórico dirigente é “uma ferida que fica aberta, que tem repercussões imediatas e futuras” com os rivais.

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: piquete@expresso.impresa.pt