Exclusivo

Râguebi

Pedro Bettencourt, o marcador de um ensaio contra a Austrália: “É frustrante não termos feito um bocadinho mais, soube a pouco”

Pedro Bettencourt, o marcador de um ensaio contra a Austrália: “É frustrante não termos feito um bocadinho mais, soube a pouco”
OLIVIER CHASSIGNOLE/Getty

O maior corpanzil (1,88 metros e 94 quilos) entre os três quartos portugueses fala do orgulho que todos sentem pela participação dos ‘Lobos’ no Mundial de râguebi, mas confessa, também, como cada um pensa que o râguebi tão positivo de Portugal podia ter aproveitado melhor as oportunidades que teve. Uma década após se estrear pela seleção contra as Fiji, a coincidência dará a Pedro Bettencourt um reencontro, este domingo (20h, RTP), com o país do Pacífico Sul no quarto e último jogo no torneio. Virá aí a tão desejada vitória?

Ainda estás farto de vitórias morais?
Disse a quente e acho que a frio estou ainda mais convencido de que eu estou farto e todos estamos um bocado fartos. Depois de fazermos a análise de vídeo, a quantidade oportunidades que tínhamos para marcar, se bem que era a Austrália e podia ser um papão, mas, com o jogo que fizemos, tivemos muitas oportunidades para marcar ensaios que não marcámos. Portanto, a frustração vem daí.

Como é que se mastiga esse sentimento em grupo, quando toda a gente o partilha?
Houve o tal misto de emoções de estarmos orgulhosos por nos batermos de igual para igual com uma seleção daquele gabarito, essa frustração de não termos conseguido mais porque, de facto, conseguimos por os australianos sob pressão em grande parte do jogo e não conseguimos concretizar isso em pontos. Estamos habituados a isto, jogamos râguebi há muitos anos, sabemos que há três resultados possíveis, ou ganhamos, ou perdemos ou empatamos, sabemos que as segundas e terças-feiras a seguir aos jogos são mais para digerir o que aconteceu no fim de semana. Mas já estamos prontos.

Em Portugal o râguebi ainda é amador, metade dos jogadores da seleção jogam cá, toda a gente sabe desse contexto. Vocês sentem que há uma espécie de satisfação com vitórias morais é uma coisa cultivada de fora, por quem torce pelos 'Lobos'?
Certo, olhando para a lógica das coisas, faz sentido, não é? Não é suposto ganharmos nenhum jogo neste Mundial, não somos favoritos para nenhum, mas, depois, olhamos para o conteúdo dos nossos jogos e ficamos desiludidos. Além disso, também temos uma grande confiança do nosso staff e treinador, o Patrice [Lagisquet] acredita em nós e dá-nos toda a confiança para tentarmos coisas e fazermos essas coisas, sem nos massacrar se dá resultado ou não. Somos uma equipa que joga um râguebi muito positivo, é normal acontecerem alguns erros, mas também é normal criarmos muitas oportunidades como o fizemos no último fim de semana, por exemplo. E vou-me repetir: é frustrante não termos feito um bocadinho mais, soube a pouco.

Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: dpombo@expresso.impresa.pt