A Oliveirense quer ganhar tudo no basquetebol. Esse sucesso depende, também, do namoro entre um jogador e uma antiga cheerleader da NFL

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Aquela fórmula habitual do maldizer aplicada a casamentos em que os envolvidos na relação têm ambos um feitio tenebroso - só se estraga uma casa - devia possuir uma expressão antónima. As mesmas quatro paredes também podem servir para abrigar um casal que se olha constantemente com o emoji dos corações nos olhos estampado na cara.
Pablo Bertone termina um treino matinal no ginásio. Depois do banho, não se preocupa muito com o penteado. Da parte da tarde, volta à ação. Agustina Brischetto encontra-se com ele no Pavilhão Dr. Salvador Machado. Os dois conhecem bem os cantos das instalações da Oliveirense. Não é por acaso. Ambos têm o seu papel no clube: ele joga, ela lidera as cheerleaders. “Isto é uma pirâmide. No fundo, estão os adeptos e as cheerleaders. No topo, está ganhar”, descreve o jogador depois de ter marcado 20 pontos na vitória contra o Sporting que fez com que o clube de Oliveira de Azeméis saltasse para a frente dos leões na classificação - estão no 3.º lugar da liga.
É o trabalho realizado longe dos olhares do público que tem levado a Oliveirense a fazer frente aos principais candidatos ao título no campeonato de basquetebol. Na bancada central oposta ao banco de suplentes, uma das filas mais próximas do campo reserva uma cadeira para Fernanda, a adepta que não falta a um compromisso. Normalmente, em dia de jogo, senta-se por ali gente aguerrida e fiel. Porém, durante a sessão a que a Tribuna Expresso assiste, o vazio espia o treino da equipa de basquetebol. Estranhamente, silêncio é algo difícil de encontrar. A borracha das sapatilhas toca uma sinfonia desafinada que chia por toda a parte. O eco ganha dimensão à medida que sobe a intensidade dos exercícios.
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