Preparação de jogos sem treino
“Prepara-se da mesma forma que se prepara os outros. Há 10 anos que estou habituado a preparar as equipa sem treino, ou com treino muito curto. Foi o que aconteceu hoje, amanhã eventualmente iremos fazer mais alguma coisa a nível de bolas paradas. Logo à tarde iremos falar sobre a equipa de Andorra e preparar o jogo de amanhã. França fica para depois”.
Benefícios do jogo com Andorra
“Em termos físicos penso que é um jogo que não traz benefícios, penso que seria preferível descansar e aproveitar a quarta-feira para recuperar. Mas temos de procurar nestas circunstâncias encontrar algum benefício. Que será entrosar os jogadores que não têm estado na Seleção, ver como eles estão em campo. A gestão que se fará passará por utilizar os jogadores e retirá-los do campo em determinada fase do jogo, para não cansar. Nós temos aqui jogadores que desde que saíram da Seleção na última vez jogaram poucos minutos e outros que jogaram muitos minutos. Essa gestão é de equilíbrio. Aos que tem jogado pouco podemos dar mais ritmo de jogo. Para mim todos os que estão aqui são importantes e em qualquer momento podem entrar. Não vejo grande vantagem nestes jogos e se estivesse no lado dos clubes menos vantagens veria. Vai haver jogos de playoff, essas equipas vão fazer três jogos e a UEFA entendeu que as restantes equipas deveriam também fazer um terceiro jogo, mesmo que seja de caracter particular e a nós compete-nos gerir, não serve para na discutir, é estar a falar para o deserto. Temos estes jogos, vamos realizá-los e procurar que os jogadores tenham motivação física e mental para o jogo”.
Cristiano Ronaldo
“Cristiano não apresentou nenhuma queixa, treinou normalmente com os colegas e se eu assim o entender está apto para os três jogos”.
Jogadores sem tempos livres
“Fizeram há bocado esta pergunta ao Sérgio [Oliveira]. Vivemos em pandemia, os calendários estão apertados e ninguém tem culpa, mas há uma questão importante. Além do estado físico, os jogadores não têm tempo para estar com as famílias, que é importante, isso, pensar um bocado fora da caixa. Desde que estou aqui sempre dei a oportunidade aos meus jogadores de terem algum momento de lazer, para desanuviarem a cabeça, para estarem frescos, para me poderem ouvir porque eu às vezes sou um chato. E de repente nem eu posso fazer isso porque estamos aqui em bolha. Eles têm essa dificuldade e isso exige-lhe uma disponibilidade mental muito grande”.
França vai poupar para Portugal
“Eu acho que revela o reconhecimento que ele tem pela equipa de Portugal desde há muito tempo. Antigamente Portugal era um outsider mas neste momento não é mais um outsider, toda a gente tem respeito por Portugal e Portugal também tem essa humildade de ter respeito pelos adversários mas com a consciência que pode vencê-los. O jogo com a França é decisivo e a partir de quinta-feira lá estaremos a preparar o jogo, com respeito, mas sem subserviência, esse grande jogo que será o Portugal - França”.
Andorra
“Vimos alguns vídeos e não me parece nada de substancialmente diferente ao que já encontrámos. É uma equipa organizada, que defende muito, que enquanto puder vai obviamente evitar que Portugal faça golos. É uma equipa determinada, aguerrida. No último jogo lá ao intervalo estava 0-0, mas lá é num piso diferente, num campo mais pequeno. Vai-nos permitir colocar em campo a nossa qualidade de jogo, versatilidade, criação de espaços. Nesse aspeto pode ser positivo. Mas vai criar-nos dificuldade, ainda por cima tem vários jogadores de ascendência portuguesa e muitos querem mostrar a sua valia, o que é normal. Hoje quem joga contra Portugal quer sempre mostrar. É importante evitarmos contactos físicos, temos de gerir bem isso, praticando o nosso futebol”.
Ronaldo vai aproveitar para aproximar-se do recorde?
“Se me dissessem que ele amanhã marcava 10 golos, se calhar até dava jeito e ele ficava já despachado disto, batia já o recorde, mas isto não é assim. O Cristiano quer jogar todos os jogos, todos os minutos, todos os segundo, não quer sair nunca. Os jogadores vêm para aqui com uma alegria enorme, se jogar jogam, se estiverem na bancada estão na bancada, mas todos eles às vezes têm de comer umas iscas porque a vontade de jogar é tanta mas às vezes ficam de fora. Não há nenhum que queira sair”.
Como gerir mentalmente os jogadores
“No meu tempo era jogar às cartas, jogávamos às cartas dia e noite, eles agora já são um bocado melhores que nós, jogam só de dia, não há noite. Fazem lá as coisas deles. Temos um grupo excelente, são diferentes, diferentes formas de estar. A nós compete a nível do treino, fazer treinos menos rigorosos, entre aspas. Treinos curtos e torná-los mais alegres, divertidos, mas sem perder o rigor daquilo que queremos que os jogadores façam. As palestras, cabe ao selecionador ser um bocadinho criativo. Eles já conhecem a minha criatividade, às vezes um bocadinho mais cansativo, mas depois eles sabem que eu tenho ali uma parte mais para rir”.
Ruben Semedo e 'aperto' no protocolo covid
“O Rúben Semedo já teve covid, por isso em termos das regras da UEFA está dispensado dos testes. O resto é um problema do Olympiacos, não me diz respeito a mim. Face ao último estágio a única diferença é que na última convocatória aceitámos o protocolo UEFA, chamado os jogadores para um treino segunda-feira tendo como base os testes feitos nos clubes. Depois alguns testaram positivo já cá. Desta vez não fizemos treino segunda-feira, fizemos ontem todos teste aqui às nove da noite, fomos para os nossos quartos, às 7h30 acordámos com a informação que estamos todos negativos. É uma diferença para a última vez: na segunda-feira estávamos todos contentes, muito alegres e depois na terça-feira alguém testou positivo e foi um alarme”.
Félix, Jota
“É sempre positivo quando os jogadores se apresentam em alto momento de forma. Na primeira fase eles chegaram sem forma, todos de férias. E fizeram dois jogos brutais, Croácia e Suécia. O que importa é que eles possam fazer o que fizeram nos outros jogos”.