Jogo vs. Islândia
“Acho que o primeiro objetivo é terminar o apuramento com 10 vitórias, é um objetivo importante, histórico. Depois, acho que nos últimos cinco estágios tentámos sempre utilizar o nosso talento individual em relação ao que queremos fazer e ao adversário. Jogar contra o Liechtenstein foi uma oportunidade para tentarmos ter uma ligação e uma disciplina tática com muitos jogadores de ataque, é o mais difícil que há. No Europeu, podemos ter 10, 15 minutos em que as situações [de jogo] pedem isso, gostei muito da atitude dos jogadores, gostei muito da disciplina tática. No domingo, a Islândia é uma equipa totalmente diferente, é muito objetiva, que controla o jogo direto com jogadores novos, que não vimos no jogo em Reiquiavique. É um jogo que precisa de outras valências no relvado, vamos tomar decisões depois do último treino de hoje para termos os jogadores frescos.”
Apuramento com 10 vitórias
“É importante criar um ambiente de competitividade e de clareza. O que é importante é ter o compromisso individual, jogadores com um talento individual do máximo nível, superlativo, jogando na estrutura da equipa. Foi o que fizemos nos últimos nove jogos. Como treinador, é isso, criar um nível de exigência em que a equipa possa ser constantemente uma equipa ganhadora, não é fácil, não é fácil, porque jogas em diferentes momentos durante o ano, precisas de variações, há sempre lesões. Gostei muito do compromisso dos nossos jogadores. Mostraram isso, depois é muito fácil mostrarem a qualidade individual.”
Haverá lateral esquerdo?
“A estrutura no futebol moderno é mais quantos jogadores atacam, quantos jogadores defendem. Nós precisamos de defender com 11 jogadores, com todos. Contra o Liechtenstein, utilizámos o João Félix primeiro, depois o Bruma, para jogarem por fora. O Raphael Guerreiro e o Nuno Mendes podem fazer isso, mas a estrutura tem de estar equilibrada. Não precisamos de ter um jogador de pé esquerdo para jogar na ala esquerda, precisamos de ter boa ligação e boa estrutura defensiva para atacar. Acho que o Raphael Guerreiro está apto, não para jogar 90 minutos. A decisão agora a tomar é se vai jogar de início ou no fim.”
Baliza: será Rui Patrício?
“É muito importante para a seleção ter guarda-redes que treinam ao máximo nível, que têm muito boa relação e respeito. Nós temos três guarda-redes de um altíssimo nível. Achava que era importante para o José Sá no relvado, mostrar que está preparado, que está na seleção porque tem alto nível. Jogar contra o Liechtenstein e ter uma situação para mostrar que está preparado ou não… foi fantástico ver o José Sá. É um apuramento histórico, precisávamos de ter o Diogo Costa, José Sá e Rui Patrício no relvado. O Rui Patrício jogou a muito bom nível nos dois primeiros jogos. O Diogo Costa vai voltar à baliza no domingo. É importante continuar com o nível de competição que temos nos guarda-redes.”
João Neves e António Silva em Alvalade no pós-dérbi: teme assobios?
“Não, não, acho que no último jogo foi com ambiente espectacular, com ambiente de seleção. Estamos juntos. A rivalidade dos clubes faz-nos melhores, mas quando a seleção joga é a seleção. Não acho que amanhã vamos ter problemas nesse sentido. Queremos dar um bom desempenho aos nossos adeptos, gostaria de ter um ambiente de festa, espectacular, porque um apuramento como o nosso merece isso, os nossos adeptos merecem isso. Não vejo outra possibilidade.”
Ajudar Cristiano a ser melhor marcador
“O futebol é um desporto coletivo. As conquistas pessoais chegam como consequência de um bom jogo da equipa, nunca podes tentar uma conquista pessoal, porque não é a forma que ajuda a ganhar jogos. No domingo precisamos de tentar ganhar o jogo, temos de ser uma equipa muito bem estruturada sem bola, com ideias claras, com uma clareza no ataque muito clara. Depois, gostaríamos de ver um jogador nosso como o melhor marcador, mas não é o objetivo. O objetivo é jogar bem, marcar golos e não sofrer e, como consequência, esperamos que os nossos jogadores individualmente tenham recompensas.”
Particulares antes do Euro 2024
“Os jogos amigáveis não são jogos que dão uma leitura real do adversário ou do que podemos fazer. Para nós, os jogos de março são para preparar a nossa equipa para o Europeu. É importante o sorteio, em dezembro sabemos o nosso grupo, para podermos preparar o jogo de uma forma taticamente correta. Não acho que em março jogar com equipas de renome ajude a crescer. Para mim, o estágio de março será muito importante porque os jogadores têm situações complicadas com os clubes. Precisamos de dar uma lista de 23 jogadores, para mim o objetivo nº1 é março dar clareza para os jogadores que precisam de estar na lista final.”
Portugal pode discutir e vencer o Europeu?
“No futebol internacional há uma competição que é o torneio, um Europeu, um Mundial ou Liga das Nações, depois temos o período de estágio e apuramentos em que a equipa precisa de ter consistência, estando ao mais alto nível, para poder ganhar, ser uma equipa ganhadora. Nós fizemos isso na fase de apuramento. Depois, é chegar ao torneio e poder mostrar tudo o que temos para adaptar contra as melhores seleções do mundo. Temos a qualidade individual como qualquer outra seleção, mas agora precisamos de continuar a crescer, passo a passo, amanhã é um jogo importante, fechar o apuramento da melhor maneira possível e, no futebol, é importante celebrar. Os adeptos merecem ter um jogo para criar uma boa lembrança.”