Portugal

Os “dez metros” de Ronaldo, Nuno Mendes que “parecia ir de moto” e um “detalhe”: o que se diz em Espanha sobre a final da Liga das Nações

Os “dez metros” de Ronaldo, Nuno Mendes que “parecia ir de moto” e um “detalhe”: o que se diz em Espanha sobre a final da Liga das Nações
Alexander Hassenstein

Do outro lado da fronteira, há quem aponte que há justiça na vitória de Portugal, outros jornais acreditam que Espanha só não foi superior no prolongamento. Lá como cá, o destaque vai para Nuno Mendes e, por outro lado, para a redução da influência de Cristiano Ronaldo

Em Espanha, o dia é de emoções contraditórias. Festeja-se Carlos Alcaraz e as cinco horas e meia de ténis em Roland-Garros, misturam-se conceitos propositadamente, porque quase confluíram as duas finais - o prodígio espanhol jogou-se para o chão de terra batida com os braços no ar um minuto e meio antes do início do jogo em Munique. 

Talvez por isso o diário “Marca” compare o prolongamento e os penáltis ao super tie-break que Alcaraz venceu para conquistar pela segunda vez o título no Slam parisiense. “De Paris a Munique, da terra à relva, Espanha não rematou um dia histórico”, escreve-se na crónica de jogo, que sublinha que “Diogo Costa defendeu o penálti de Morata e deu com justiça o título a Portugal” na final da Liga das Nações. 

Sobre a seleção nacional, o jornal desportivo mais vendido do outro lado da fronteira diz ser uma “equipa bem armada”, ainda que “o mito” Cristiano Ronaldo já não seja o jogador de outros tempos: “Há pouco da besta de há uns anos, mas ganhou o direito de retirar-se no momento que quiser. O seu radar de influência reduz-se a dez metros, mas marcou quando viu uma bola solta.”

Destaque, claro está, tanto cá como em Espanha, para a estratosférica exibição de Nuno Mendes, “que pode muito bem ser o melhor lateral esquerdo do mundo” e em quem Portugal se fiou para duas tarefas essenciais: “Reduzir o génio de Lamine Yamal e semear o pânico no ataque”. Não é nada pouco. Nuno Mendes que, como escreve a “Marca”, “parecia ir de moto” a cada ação pela banda esquerda de Portugal.

Mais palavroso em relação à sua seleção do que propriamente sobre a equipa portuguesa, o “As” sublinha que as “substituições” de Roberto Martínez “melhoraram Portugal”, mas que nem isso “deu para desbloquear um jogo condenado aos penáltis”. E, aí, “só um detalhe, um pequeno erro, sentenciou o duelo: Morata falhou e Ruben Neves marcou”. Para o diário “essa foi a pequena grande diferença.”

Ainda entre os desportivos, o “Mundo Deportivo” fala de uma final que “elevou a categoria de um torneio muitas vezes considerado menor”.

“Tanto Portugal como Espanha deram o melhor de si, num esforço titânico no final de uma longa temporada”, lê-se na análise do jornal catalão, que também sublinha a exibição de Nuno Mendes, que “brilhou com luz própria, impondo-se com autoridade”. O “Mundo Deportivo” frisa ainda que o “esperado duelo Cristiano-Lamine Yamal” passou “despercebido”, até porque o espanhol teve de se preocupar mais com Nuno Mendes, que “o travou muito bem”. Ronaldo, por seu turno, está em campo para “esperar cruzamentos e rematar”. 

Entre os generalistas, o “El Pais” fala de um jogo onde Espanha foi superior “até ao prolongamento”, quando apareceu mais a seleção nacional, “que se converteu na primeira seleção a somar uma segunda Liga das Nações, depois de ganhar a primeira em 2019.” Já o “El Mundo” é mais crítico com a equipa da casa, apontando que “uma versão cinzenta de Espanha” até podia ter ganhado a Portugal, “deu para isso”, sublinha. Contudo, reconhece que Portugal foi uma “equipa com muito mais fome do que a espanhola” e por isso o jogo acabou nos penáltis.

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: piquete@expresso.impresa.pt