Portugal

Bruno Fernandes e o seu hat-trick: “Já fiz jogos mais completos na seleção. O meu papel agora é estar mais perto do avançado”

Bruno Fernandes e o seu hat-trick: “Já fiz jogos mais completos na seleção. O meu papel agora é estar mais perto do avançado”
Soccrates Images

O médio do Manchester United deixou uma aula em declarações à RTP, após marcar três dos nove golos da vitória contra a Arménia, explicando o seu papel em campo no jogo da seleção e identificando o que Portugal corrigiu após a derrota na Irlanda. Perante a inevitável pergunta sobre Ronaldo, ainda acrescentou: Há que falar de todos da mesma maneira. Eu vejo o jogo como um todo, não individualmente. Temos que tirar um bocadinho essa ideia de que um ou outro jogador faz a seleção jogar pior, ou melhor.

O hat-trick e a exibição

“Acho que já fiz jogos muito mais completos do que este, a diferença é que hoje marquei e nos outros não. Quando um jogador marca golos dá nas vistas, sai nos jornais, é falado, mas esse não é o meu objetivo. Sei que sou um jogador que pode trazer golo à seleção, assistência e criar jogo, o meu papel agora passa por uma função diferente, estar mais perto do ponta de lança e ajudar a termos mais gente na área. 

Passo menos pela construção de jogo, talvez por isso se veja menos eu a construir jogo e a ter mais bola, tenho de fazer um sacrifício para estar na posição 10 e deixar que o Vitinha, Rúben Neves, o João Neves, até o próprio Bernardo, estejam mais baixos a construir jogo, porque essas são as melhores qualidades deles. Não acho que tenha sido o meu melhor jogo, claro que estou feliz, mas já tive jogos muito completos na seleção. É o que digo: só fazemos falta quando cá não estamos. O Bruno fez falta porque não estava na Irlanda, se tivesse estado era criticado como os outros. O que é normal no futebol.”

Viu o jogo contra a Irlanda de fora. O que mudou de um jogo para outro?

“O adversário foi diferente, hoje tivemos uma seleção a pressionar-nos praticamente ao homem, deixou mais espaços do que a Irlanda, daí já muda muito as nossas dinâmicas. A nossa reação hoje à perda foi melhor por termos mais gente no último terço e sermos mais rápidos a reagir.

Jose Manuel Alvarez Rey

No último, acho que tínhamos demasiada gente atrás da linha da bola na construção, tínhamos o meio muito vazio, o que fazia com que, quando perdíamos a bola, eles tinham oportunidade de fazer o primeiro passe, receber, rodar e tentar a transição. Hoje fomos muito bons nesses aspetos do jogo.”

Não estar Ronaldo influenciou?

“Eu sei que as pessoas querem falar sobre isso, mas o Cristiano fez muitos golos nesta qualificação, traz-nos coisas que outros jogadores não trazem, outros jogadores trazem coisas que ele não traz e, como digo, quando estamos fazemos falta, quando não estamos, não fazemos. Há que falar de todos da mesma maneira.

Eu vejo o jogo como um todo, não individualmente. Temos que tirar um bocadinho essa ideia de que um ou outro jogador faz a seleção jogar pior, ou melhor. Todos aqui fazem falta, toda a gente que pode ser convocada e estar neste lote são importantes e podem jogar pela nossa seleção.”

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: piquete@expresso.impresa.pt