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Jéssica Silva e o “golo à ponta-de-lança” que “soube particularmente bem” depois do “susto” das lesões

Jéssica Silva e o “golo à ponta-de-lança” que “soube particularmente bem” depois do “susto” das lesões
OLI SCARFF/Getty

Depois do primeiro treino de Portugal na sequência do empate contra a Suíça, a autora do 2-2 sublinhou que a seleção teve uma "reação incrível" contra as helvéticas. Tatiana Pinto garante que "o que não correu tão bem serve de aprendizagem" e prometeu que a equipa vai "acreditar até ao fim"

Para os atuais padrões de Portugal, os quase 30 graus que se fazem sentir em Manchester podem parecer frescos, mas nesta parte de Inglaterra o calor e o céu limpo, que permite ver o sol, são um dos principais temas de conversa. É sem uma única nuvem no horizonte que a seleção nacional entra no campo de treinos da academia do Manchester City para a primeira sessão após o empate contra a Suíça.

Num dia particularmente agitado no universo do clube azul de Manchester — no estádio da academia decorrerá o Islândia - Bélgica e nas imediações do Etihad decorrem ruidosas e muito concorridas apresentações dos reforços para a equipa de Guardiola —, o treino da seleção vai em sentido inverso. É dia de recuperação, com pouco mais de 30 minutos no relvado para as titulares da véspera antes de irem fazer trabalho de ginásio, ficando o restante grupo às ordens de Francisco Neto para exercícios de ataque e finalização.

Entre a comitiva da seleção, o ambiente é alegre, animado pelo empate a um entre Países Baixos e Suécia, que leva Portugal para a segunda jornada do grupo C na primeira posição. Perante o calor de Manchester e numa das laterais do impecável relvado, Jéssica Silva fala aos jornalistas para vincar que as equipas do grupo "estão todas em igualdade", o que "significa que, se calhar, isto só vai ser decidido na última jornada", na qual Portugal defronta a Suécia e a Suíça os Países Baixos.

Imagem do treino de Portugal
Hernani Pereira/FPF

Para Jéssica Silva, a partida contra a Suíça marcou a estreia numa grande fase final com a camisola da seleção. Mas esta presença não chegou sem um "susto" em forma de lesão que surgiu no último amigável, contra a Austrália. A avançada reconhece que "uma pessoa, quando tem um historial de lesões, tem sempre algum medo", mas que se tinha "preparado muito bem, mental e fisicamente", para o estágio", pelo que "aquele percalço assustou um bocadinho". Ainda assim, o problema físico não foi grave e, apesar dos cuidados extra com o seu corpo — treina sempre com ligaduras nas pernas e faz alguns exercícios à parte com preparadores físicos —, Jéssica não só atuou contra a Suíça, como ainda apontou o 2-2.

Pouco depois de Diana Gomes ter reduzido, Tatiana Pinto cruzou e Jéssica Silva antecipou-se à defesa para rematar. A avançada confessa que o golo foi "à ponta-de-lança" e que "soube particularmente bem", recordando, justamente, algumas frustrações em forma de lesão que tem tido. "Era um sonho estar nesta competição, representar Portugal e estrear-me a marcar golo. É um golo muito especial, seguramente vou-me lembrar para o resto da vida".

Jéssica Silva remata para o 2-2 contra a Suíça
James Gill - Danehouse/Getty

A assistência para Jéssica saiu das botas precisas de Tatiana Pinto, que também fala aos jornalistas presentes na academia do City. A média explica que sabia que "a Jéssica é muito rápida e perspicaz", pelo que "arriscou" e, "felizmente", correu "muito bem".

A jogadora do Levante concorda com a sua colega da dianteira ao vincar a "igualdade" do grupo, considerando mesmo que o "empate soube a pouco". Jéssica fala de uma "segunda parte muito bem conseguida, com uma reação incrível", evidenciando o "Portugal que queremos", e Tatiana de uma "grande atitude".

A ponderada Tatiana Pinto assume que "o que não correu tão bem serve de aprendizagem" para a seleção nacional. E, numa declaração quase bilardesca, atira: "Depois daquela segunda parte épica — se calhar muitos de vocês não acreditavam que seria possível —, venha o que vier, estamos preparadas. Vão ter de correr muito para nos ganhar. Vamos acreditar até ao fim".

"Ambição" e "crença" são mesmo palavras que Jéssica e Tatiana repetem, tal como várias das suas companheiras nas últimas horas. Jéssica Silva, já projetando o duelo contra as campeãs europeias em título, garante "conhecer o poderio dos Países Baixo", mas avisa que Portugal "vem de um processo de evolução" ao qual "quer dar continuidade neste Europeu". "Somos conscientes do potencial que temos e do que podemos fazer contra qualquer seleção", remata a número 10 da seleção.

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