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Francisco Neto cita Jorge Braz antes de jogo que pode ser histórico: "É uma montanha grande para ser escalada, mas temos ambição e coragem"

Francisco Neto cita Jorge Braz antes de jogo que pode ser histórico:  "É uma montanha grande para ser escalada, mas temos ambição e coragem"
BSR Agency/Getty
Na conferência de imprensa antes da partida contra a Suécia (sábado, 17h, RTP1), que pode colocar Portugal pela primeira vez nos quartos-de-final do Europeu, o selecionador não escondeu a "dificuldade" de "defrontar a melhor equipa do torneio quanto a ranking", mas voltou a sublinhar que são as jogadoras que o "fazem acreditar"

Estado físico das jogadoras

"Temos todas as jogadoras disponíveis. Há desgaste, mas isso é igual para toda a gente na fase de grupos, não podemos olhar para isso como um sinal de fraqueza. Se queremos andar neste nível, temos de crescer para andar neste nível"

A Suécia tem-no desapontado?

"Para ser a número dois do ranking não podes ter muitas fragilidades. Sabemos os pontos que queremos explorar, mas não será fácil. Todas as equipas têm pontos fracos, mas as melhores equipas não têm assim tantos. Não será fácil, mas nós acreditamos. Estamos num Euro, é sempre equilibrado, mas mesmo contra os Países Baixos elas dominaram o jogo. Vi uma equipa impressionante, que pode mudar de jogadoras e o nível não baixa. É uma equipa muito, muito forte, que pressiona muito bem. É a melhor equipa do torneio quanto a ranking. Será um jogo muito difícil, somos humildes para dizer que a Suécia é mais forte que nós, mas temos a nossa estratégia"

Suécia será desafio diferente dos Países Baixos?

"Nos últimos oito anos, temos exposto estas jogadoras a um nível de adversidade incrível. Há oito anos, muitas delas eram amadoras, não tinham condições profissionais como hoje, e aceitaram esta desafio de alma e coração. E essa para mim é a nossa grande arma: a capacidade humana que elas têm para aceitar desafios. Vamos jogar contra uma das melhores equipas do mundo, será sempre um jogo muito complicado, mas nós temos as nossas armas. Não é um padrão de jogo igual aos Países Baixos, mas a exigência é igual"

Vai mudar de estrutura tática?

"A Suécia jogou 3-4-3 no primeiro jogo, jogou 4-4-2 no segundo, acredito que só amanhã saberemos. As nossas jogadoras são muito inteligentes, vamos ver. Se for necessário, certamente mudaremos. O mais importante para nós são os princípios, a estrutura importa-nos, mas não tanto"

Como irá contrariar poderio das suecas nas bolas paradas?

"A Suécia não é boa nas bolas paradas, é muito boa. Vimos isso na Algarve Cup, em fevereiro, quando elas nos marcaram três golos assim. Vamos mudar um pouco para o jogo, mas como já disse, as nossas jogadoras não vão crescer em altura de hoje para amanhã. Temos de ser mais competitivos nisso. No passado já fomos melhores e precisamos disso: mais foco, concentração, é isso que podemos fazer"

É o jogo mais importante do seu percurso na seleção?

"Não, não. Sinto-me orgulhoso dessa pergunta, porque em oito anos estarmos aqui com tanta gente, e as pessoas acreditarem tanto como nós que podemos ir a uns quartos de final é um sinal de crescimento incrível. Mas se nos perguntarem qual foi o jogo mais importante da nossa vida... o play-off da Roménia apurou-nos para o primeiro Europeu, o jogo contra a Espanha, o primeiro numa fase final, foi marcante, isto falando só deste grupo mais recente. Chegámos aqui com o objetivo de chegar ao último dia a depender só de nós e isso orgulha-nos. Como disse o meu amigo Jorge Braz: é uma montanha muito grande para ser escalada, mas temos a ambição e coragem para a tentar escalar"

Crença na vitória

"Elas é que me fazem acreditar. Independentemente do que aconteça, eu sei que elas vão ser competitivas"

Pressão do lado sueco

"A Suécia é uma das grandes candidatas a vencer este Europeu. Se não passarem o grupo, será mais duro para elas do que para nós, sobretudo para os media e imprensa. Mas se nós não conseguirmos, também ficaremos tristes"

Não voltar a entrar a perder 2-0

"É um desgaste grande, não podemos estar confortáveis com isso. Não queremos começar a perder 2-0, até porque quanto mais forte é o adversário, mais difícil se torna dar a volta. Falámos com as jogadoras e vamos procurar entrar concentrados, mais competitivos desde o início, para termos um pouco mais de controlo do jogo e competindo com outro tipo de estratégia. Quando se começa a perder 2-0, a tua estratégia altera-se, e temos tido a necessidade de alterar demasiado cedo"

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