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Para chegar aos antípodas ainda há muito que jogar: o caminho que Portugal tem de percorrer para se estrear num Mundial feminino

O onze da seleção que goleou a Turquia
O onze da seleção que goleou a Turquia
Hernâni Pereira/FPF

O play-off que a seleção disputará pela primeira vez é composto, obrigatoriamente, por dois jogos a só uma mão, mas há a possibilidade — não improvável — de que Portugal tenha ainda de realizar outros dois encontros, em 2023, na Nova Zelândia. O sorteio das duas primeiras partidas é já na sexta-feira

Para chegar aos antípodas ainda há muito que jogar: o caminho que Portugal tem de percorrer para se estrear num Mundial feminino

Pedro Barata

Jornalista

Depois de ter estado, pela primeira vez, num grande torneio internacional no Europeu de 2017, Portugal conseguiu repetir presença na principal competição continental em 2022. Desta feita, a seleção feminina até falhou o apuramento, mas as sanções à Rússia pela guerra contra a Ucrânia repescaram a equipa de Francisco Neto para o torneio realizado em Inglaterra.

Depois da experiência competitiva obtida nos dois Europeus, o próximo passo de crescimento teria de ser uma qualificação para um Mundial. Em 2023, o evento terá lugar na Austrália e na Nova Zelândia e os triunfos frente a Sérvia e Turquia mantiveram vivo o sonho de viajar até à Oceânia em julho do próximo ano.

Ao terminar em segundo lugar no grupo H, atrás da Alemanha, Portugal apurou-se para um play-off em que nunca tinha estado. Só que play-off, neste caso, não significa uma eliminatória final prévia ao Mundial, mas sim uma sucessão de passos que pode chegar a quatro encontros e só terminar em 2022, justamente na Nova Zelândia.

Hernâni Pereira/FPF

Ao não ter sido uma das três melhores segundas classificadas, a equipa de Francisco Neto terá de disputar dois jogos a uma mão, um a 6 de outubro e, em caso de vitória, outro cinco dias depois, à semelhança do que aconteceu com a seleção masculina, que bateu Turquia e Macedónia do Norte para chegar ao Mundial do Catar. Na sexta-feira, 9 de setembro, haverá um sorteio que determinará contra quem (e onde) jogará Portugal.

Assim, há cinco possíveis adversários de Portugal para a primeira eliminatória do play-off: Bósnia, País de Gales, Escócia, Bélgica e Áustria. Tendo o passado Europeu como referência, as austríacas conseguiram chegar aos quartos-de-final, conseguindo bater a Noruega na fase de grupos, para caírem, por 2-0, contra a Alemanha.

Também à segunda fase da competição chegou a Bélgica, perdendo nos quartos-de-final, por 1-0, contra a Suécia. Já Escócia — que ficou atrás de Portugal na qualificação —, País de Gales e Bósnia não estiveram presentes em Inglaterra.

Os três vencedores destes três primeiros embates irão, depois, juntar-se aos três melhores segundos classificados da qualificação para as partidas a 11 de outubro. Aí, possíveis rivais de Portugal são a Suíça, contra quem a equipa de Francisco Neto empatou 2-2 na fase de grupos do Europeu, a Islândia, que também foi eliminada na primeira fase em Inglaterra, e a República da Irlanda, que falhou a qualificação para o Euro.

Terminada esta fase europeia do play-off, a UEFA irá estabelecer uma classificação entre as três equipas vencedoras. Esta terá em conta os pontos obtidos na fase de grupos — seleções que tenham estado em grupos de seis equipas, como Portugal, verão os pontos obtidos contra o sexto classificado serem descontados — e no segundo desafio do play-off. A seleção que tiver pior classificação neste ranking terá ainda de disputar um outro play-off, este intercontinental.

Tendo em conta que, das nove equipas que estão no play-off europeu, Portugal é a terceira com pior classificação, não seria improvável que a seleção nacional fosse empurrada para as eliminatórias intercontinentais.

Essa última fase de apuramento decorrerá de 18 a 23 de fevereiro de 2023, na Nova Zelândia, e dividirá 10 equipas em três grupos para atribuir as três últimas vagas para o Mundial. Só falta definir o representante europeu, sendo os outros Taiwan, Tailândia, Camarões, Senegal, Haiti, Panamá, Paraguai, Chile e Papua Nova Guiné.

Portugal já fez história ao manter-se na corrida para o Mundial, mas para lá chegar ainda poderá ser preciso jogar (e viajar) muito.

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