Aldo Pedro Duscher era um adolescente quando, em 1998, assinou pelo Sporting. Vinha da Argentina rotulado de jovem promessa, um dos muitos pibes que sonham chegar à elite provenientes de um país louco pela bola. Não obstante a tenra idade, o médio rapidamente se apercebeu da “pressão enorme” que rodeava os leões, da “frustração existente” que se gerava porque “estava-se sempre a tentar e não se conseguia”.
“Não se conseguia” o quê? O título de campeão nacional, que desde 1982 escapava. “Quando pisei Portugal pela primeira vez, senti logo o desejo enorme de quebrar o jejum, essa obsessão”, recorda, à Tribuna Expresso, Duscher, hoje um ex-futebolista a tentar iniciar uma vida como técnico em Madrid, onde vive há alguns anos.
A 16.ª liga fora pintada de verde e branco em 1981/82 e, desde então, havia uma longa seca. Em 1998/99, a primeira temporada de Duscher em Portugal, o FC Porto selou o pentacampeonato, feito com duplos contornos inéditos: jamais uma equipa vencera cinco campeonatos seguidos e nunca o Sporting estivera tanto tempo sem triunfar na competição da regularidade.
Foi com este peso que os verde e brancos começaram 1999/00. Para o banco, chegou Giuseppe Materazzi, mas só durou seis jogos. Augusto Inácio substituiu o italiano e, “pouco a pouco, a equipa foi-se encontrando, mostrou um coração enorme e, na segunda volta, ganhou muita confiança e começou a jogar muito bem”, narra Duscher, que fez 62 encontros nas duas campanhas em que esteve em Portugal.
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