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Televisões não transmitiram em direto conferência de Jorge Jesus por razões de segurança

Televisões não transmitiram em direto conferência de Jorge Jesus por razões de segurança

Decisão surge um dia depois de o presidente do Sporting ter apelado a um boicote a toda a comunicação social e de ameaças e agressões a jornalistas que se encontravam no exterior do local onde decorreu a assembleia geral do clube

Expresso

RTP, SIC, TVI e CMTV acordaram entre si que não transmitiriam a conferência de imprensa de Jorge Jesus em direto, este domingo, porque consideraram necessário perceber se estavam reunidas as condições de segurança e independência jornalística.

Foi decidido pelas direções de cada umas das televisões que seriam recolhidas as declarações e imagens do treinador leonino para serem usadas mais tarde e em diferido.

Segundo Ricardo Costa, diretor Informação da SIC, "a SIC não confunde declarações de um presidente ou posições de uma direção com a atividade desportiva de um clube, mas só fará o seu trabalho jornalístico se tiver condições de independência e de segurança para o fazer". Além disso, reforçou, "não nos passa pela cabeça acabar com algum programa de comentário desportivo".

Agressões a jornalistas no final da assembleia geral do Sporting

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Recorde-se que Bruno de Carvalho apelou no sábado ao boicote por parte dos sócios sportinguistas a tudo o que fosse programas e jornais desportivos portugueses, acrescentando que apenas deveriam ver o canal de televisão oficial do clube, a Sporting TV.

Depois destas declarações, os jornalistas que se encontravam no exterior do Pavilhão João Rocha, onde decorreu a assembleia geral do Sporting, foram ameaçados e agredidos. A PSP teve de intervir para evitar males maiores.

Daniel Oliveira deixa de apoiar Bruno de Carvalho: “Não quero ter à frente do meu clube um Pinto da Costa”

Já este domingo, Daniel Oliveira, cronista do Expresso e comentador da SIC Notícias, escreveu no Facebook que ia deixar de apoiar o presidente do Sporting, demarcando-se por completo do discurso do líder leonino.

"Aquilo que ouvi ontem é, para mim, que sou jornalista, intolerável. Uma coisa é criticar a comunicação social ou até, no limite, apelar a um boicote a um órgão de comunicação social, coisa que não gosto mas não seria nova. Outra, bem diferente, é apelar ao boicote a toda a comunicação social e à total dependência dos sócios da informação oficial dominada pela direção", escreveu. "Perante as declarações que fez ontem, Bruno de Carvalho perdeu um apoiante de sempre. Para sempre." E conclui assim: "Não quero ter à frente do meu clube um Pinto da Costa. Muito menos um Pinto da Costa sem títulos e que fala muito mais".

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: tribuna@expresso.impresa.pt