Chamaram, Alvalade? Querem uma reviravolta made in Alcochete? Sai já
Gualter Fatia
Passe de Daniel Bragança, finalização precisa de Tiago Tomás e os meninos a consumarem uma reviravolta louca em dois minutos, que quase fizeram esquecer os soporíferos 81 minutos anteriores. Lucas Mineiro ainda colocou o Gil Vicente em vantagem à qual o Sporting parecia não conseguir reagir. Mas no futebol, tudo muda num ápice, e golos de Sporar e Pote completaram a vitória dos leões por 3-1 que os coloca isolados (e invictos) no segundo lugar do campeonato
Pouca coisa mudou para tudo continuar na mesma. A frase pode não ser muito inspirada mas ilustra bem o jogo em atraso da primeira jornada que hoje colocou frente a frente o Sporting com o Gil Vicente. Durante longos minutos, os leões mostraram-se quase sempre amorfos e sem ideias perante uma equipa sempre confortável na sua disposição tática e capaz de arranhar em algumas saídas para o ataque. Numa bola parada chegaram ao golo e a vitória incerta parecia uma hipótese cada vez mais certa. Até que Alcochete veio ao salvamento e consumiu uma reviravolta tão rápida quanto inesperada, até então, e que acabou com uma vitória do Sporting por 3-1.
À partida para o jogo, Rúben Amorim viu-se privado de João Mário (por não estar inscrito aquando da primeira jornada), o que decerto facilitou a intenção de colocar em campo o onze que começou os últimos três jogos. Com Jovane a falso 9 e os reforços Pote e Nuno Santos nas alas, o familiar 3-4-3 do treinador leonino foi a escolha natural à qual a equipa de Barcelos procurou responder com as suas armas.
Os gilistas não vencem desde o primeiro jogo no campeonato e o técnico Rui Almeida entrou em campo com cinco defesas e a intenção de travar as investidas leoninas para sair com critério para o contra-ataque, com destaque para o brasileiro Samuel Lino.
Foi vivo, bem vivo, que o jogo arrancou, e logo aos 36 segundos de jogo, Palhinha viu um amarelo por um pisão e, pouco depois, aos 2 minutos, uma intervenção elástica de Denis valeu ao Gil Vicente não entrar logo a perder em Alvalade. E, sem exageros, quase que se podia assim concluir o resumo da primeira parte. A partida foi-se arrastando, com um Sporting sem rasgo e uns gilistas a mostrarem-se seguros com bola mas também sem vontade de arriscar muito.
O bloco coeso dos visitantes ia manietando o Sporting, que só agitava através de arranques esporádicos de Nuno Mendes (como o que fez aos 24 minutos), ou ao tentar meter bolas nas costas para a mobilidade dos atacantes. De pouco seviu, e foi sem surpresa que o nulo se manteve ao intervalo.
No regresso dos balneários, o Gil Vicente fez uma alteração e sem perder o plano que lhe tinha servido de forma eficiente no primeiro tempo. Foi recompensado logo aos 52 minutos com um golo. Livre lateral de Talocha e Lucas Mineiro a surgir bem entre os centrais do Sporting para faturar e fazer o 0-1.
Dois minutos, dois golos
Se está bem, não muda, e os visitantes mantiveram a postura perante uma equipa de casa que nem assim se espevitou imediatamente. Só com as entradas de Sporar e Tiago Tomás é que começou a notar-se um aumento de ritmo, se bem que as oportunidades de golo continuaram sem surgir.
Os passes falhados continuavam a ser uma constante e, como que a tentar pedir mais arrojo à equipa, Rúben Amorim meteu Daniel Bragança a jogo. O médio formado em Alcochete tem qualidade técnica para dar e vender, e os seus passes começaram a criar mais dificuldades ao Gil Vicente, que mesmo assim não ia permitindo grandes veleidades. Até que permitiu.
Sporar já tinha ameaçado num lance em que foi admoestado por simulação mas aos 82 minutos, estava no sítio certo (à ponta-de-lança, como se costuma dizer) para colocar o Sporting de novo em igualdade. Lance algo confuso que levou a bola da cabeça de Nuno Santos à cabeça do avançado eslovaco e fez renascer a esperança em Alvalade.
Sem ter feito muito por isso, o Sporting estava de novo em jogo e, logo a seguir, colocou-se em vantagem. A cantera leonina assumiu a responsabilidade e após uma recuperação de Sporar, a bola seguiu para Daniel Bragança que meteu uma bola perfeita para a desmarcação de Tiago Tomás e seguiu depois a correr festejar com o colega.
Reviravolta completa, Gil Vicente em choque, e jogo praticamente terminado. Com o controlo do jogo, os verde-e-brancos ainda ampliaram a vantagem com uma boa execução técnica de Pote de fora da área e chegaram ao 3-1 que os coloca isolados no segundo lugar do campeonato. Por vezes em dois minutos se perde, noutros se ganha. É confiar no chamamento de Alcochete.