Sporting

Bem-vindos ao mundo encantado das goleadas e estreias a marcar

Bem-vindos ao mundo encantado das goleadas e estreias a marcar
Gualter Fatia

Com um golo logo aos três minutos, o Sporting não deixou sequer o Sacavenense começar a pensar em sonhar, e partiu para uma exibição dominante que naturalmente ganhou contornos de goleada (7-1), até com direito a um cheiro de espírito da Taça com o tento de honra de Iaquinta. Mas é mais uma vitória convincente a somar a um início de temporada como raras vezes se viu nos últimos anos. E que viu os meninos Pedro Marques (bis) e Gonçalo Inácio a estrearem-se a marcar com a camisola principal dos leões

Tiago Oliveira

Jornalista

Ainda se estava a dizer a frase "o Sacavanense vai tentar..." quando o Sporting tratou logo de dar uma machadada na estratégia montada pelo anfitrião desta eliminatória da Taça de Portugal. Nuno Santos mostrou ao que vinha aos três minutos e lançou os leões para uma exibição que não deu hipótese ao emblema do Campeonato de Portugal e serviu de novo como prova do momento positivo que se vive para os lados de Alvalade. E que viu dois meninos de Alcochete a estrearem-se a marcar com com a camisola principal dos leões. Senhoras e senhores, Pedro Marques (bis em cinco minutos, na estreia) e Gonçalo Inácio.

Sporting e bom ambiente estiveram poucas vezes na mesma frase ao longo dos últimos anos mas é inegável que a equipa de Rúben Amorim respira confiança. Os líderes do campeonato mostram-se cada vez mais confortáveis no fato tático do técnico e, mesmo com várias alterações, a fluidez do seu jogo esteve em evidência.

Foram seis as alterações face à equipa que venceu o Tondela por 4-0 na última jornada da Liga antes da pausa para as seleções. Max e Borja somaram os primeiros minutos da temporada, enquanto Gonçalo Inácio estreou-se como titular na equipa do Sporting, que não podia contar (por lesão) com Pote.

Sem tempo a perder, o Sporting mostrou ter a lição bem estudada e tratou de explorar as fragilidades do Sacavenense. O quinto classificado da Série F do terceiro escalão do futebol português partia para o jogo ciente das reduzidas hipóteses que tinha de discutir o resultado mas, como quase todos os aspirantes a tomba-gigantes, sabia que aguentar o máximo de tempo possível sem sofrer golos era a chave para o difícil sucesso.

Alta rotação

Só deu para aguentar pouco mais de dois minutos. Como aconteceu várias vezes ao longo do jogo, tudo começou com uma bola nas costas. Jovane meteu a bola pelo ar para a desmarcação de Nuno Santos que dominou e rematou para dar o início perfeito ao Sporting. Os leões mostravam-se acutilantes e aos 14 minutos só não marcaram um golo tirado a papel químico do primeiro porque o remate de Nuno Santos esbarrou no poste.

Sem surpresas, os leões ampliaram a vantagem aos 26 minutos, quando Nuno Santos aproveitou um corte defeituoso de Didi para cruzar para a cabeça de Coates. Qualquer réstea de dúvida que houvesse no ar evaporou-se rapidamente quando, passado uns minutos, Iaquinta (não esse) calculou mal uma cobertura na área e tocou em Sporar. Penálti para o Sporting que Jovane encarregou-se de converter para colocar o marcador nos 3-0.

Com João Mário a puxar os cordelinhos no meio-campo e os alas (defensivos e ofensivos) a imprimirem grande dinâmica ao jogo da equipa, os visitantes mantiveram-se sempre por cima do encontro e regressaram para a segunda parte da mesma forma. Ou não tivessem, tal como na primeira, começado também com um golo.

O bis de Coates, em resposta a novo cruzamento de Nuno Santos, fez o 4-0 e colocava o rótulo de goleada na partida. Que teve uma moratória momentânea quando Iaquinta fez jus ao nome do avançado italiano a que foi buscar a alcunha e surgiu oportuno, ao segundo poste, a converter um passe de Carlos Bebé aos 53 minutos.

Estreia e bis

A moratória aguentou-se ao longo da maioria da segunda parte, com as alterações de ambos os treinadores a contribuírem para um jogo mais partido e no qual as oportunidades de golo continuaram a surgir. Por várias vezes o Sporting esteve perto de chegar ao quinto golo, mas Tiago Mota e o poste foram adiando a manita, enquanto que Max também se viu obrigado a intervir para evitar que o Sacavenense reduzisse.

Já com Daniel Bragança (que visão de jogo mostra o médio leonino) e Pedro Marques em campo, o Sporting acabaria por voltar a marcar aos 86 minutos, quando o avançado da equipa B aproveitou uma bola de Matheus Nunes para marcar na estreia pela equipa principal. E não parou para aqui. Estava também no sítio certo para aproveitar uma recarga e fazer o bis.

Para continuar na senda das estreias, Gonçalo Inácio não quis ficar atrás, e também aproveitou a primeira titularidade para fazer o 7-1 para os leões e fechar a goleada com que o Sporting chega à eliminatória seguinte da Taça de Portugal. Se uns não tiveram sequer oportunidade de sonhar, outros talvez já o comecem a fazer.

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: i0074@visao.impresa.pt