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O Sporting, a Unilabs e os falsos positivos: quando um laboratório e um clube colidem

O Sporting, a Unilabs e os falsos positivos: quando um laboratório e um clube colidem
Carlos Rodrigues
Esta terça-feira, a Tribuna Expresso contactou Sporting e Unilabs de forma a construir uma narrativa coerente e esclarecedora, sendo que as duas partes apenas concordam num ponto: após os PCR positivos, mas na ausência de quaisquer sintomas, o clube decidiu voltar a testar Nuno Mendes e Sporar noutros dois laboratórios e em ambos os testes seguintes foram negativos. A seguir, vieram as acusações
O Sporting, a Unilabs e os falsos positivos: quando um laboratório e um clube colidem

Joana Ascensão

Jornalista

O Sporting, a Unilabs e os falsos positivos: quando um laboratório e um clube colidem

Pedro Candeias

Editor de Sociedade

Há vários caminhos para se chegar a esta história: o FC Porto acusou o Sporting de manipular resultados positivos a Nuno Mendes e Sporar e reservou-se no direito de não disputar a meia-final da Taça da Liga esta terça-feira; o Sporting respondeu ao FCP, falando de "mesquinhez" e "irresponsabilidade", garantindo que ocorrera um erro do laboratório Unilabs nos dois falsos positivos aos futebolistas referidos e que a mesma entidade havia reconhecido o erro; mais tarde, a Unilabs, ao jornal "O Jogo", desdisse o Sporting.

Esta terça-feira, a Tribuna Expresso contactou Sporting e Unilabs de forma a construir uma narrativa coerente e esclarecedora, sendo que as duas partes apenas concordam num ponto: após os PCR positivos, mas na ausência de quaisquer sintomas, o clube decidiu voltar a testar os jogadores, Nuno Mendes e Sporar, noutros dois laboratórios e em ambos os testes seguintes foram negativos.

Após ser confrontada pelo clube, a Unilabs Portugal admitiu a hipótese de os resultados surgirem de falsos positivos - ou seja, terem sido dados como positivos embora os jogadores possam não ter a doença - mas não assume um erro laboratorial, porque, argumenta, os falsos positivos, ainda que muito raros neste tipo de teste de diagnóstico, são uma "realidade estatística".

"Recordamos que os falsos positivos, bem como os falsos negativos, são uma realidade estatística decorrente da sensibilidade e especificidade inerente aos testes. Na técnica de RT-PCR a especificidade é muito elevada, superior a 96%, pelo que os falsos positivos são raros e esporádicos, mas mais frequentes em indivíduos alvo de testagem regular", diz fonte oficial da Unilabs, atualmente o laboratório que mais testes de diagnóstico para a covid-19 realiza diariamente em Portugal.

A Unilabs, para além de ter colaborado com o Sporting nos últimos meses, é também responsável pela realização de testes no FC Porto e no Benfica, entre outros clubes da 1ª Liga de Futebol.

Por sua vez, fonte oficial do Sporting continua a atribuir os "falsos positivos" a "um erro" da Unilabs. "É tudo uma questão de perceção e para nós um erro é um erro", diz à Tribuna Expresso. O clube tem em mão uma prova de que o mesmo laboratório reconhece o engano que pode ocorrer - segundo justificou ao Sporting - "em indivíduos alvos de testagem regular como é o caso dos atletas profissionais em causa".

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