Na antevisão ao encontro com o Sturm Graz, para a Liga Europa (20h, SIC/Sport TV1), o treinador do Sporting explicou o porquê de não comentar arbitragens e sublinha que se todos os seus jogadores tivessem estado “no máximo em Guimarães” a sua equipa teria vencido o jogo
Expresso
“Jogar num clube grande tem muitas coisas boas, mas também não há dias de folga e estamos sempre a ser julgados pelo último jogo. Os jogadores já sabem que eu de um dia para o outro posso mudar de opinião porque um treinou muito bem, por isso está nas mãos deles, digo que são eles que fazem os onzes. Às vezes há dois da mesma posição que merecem e é injusto. Temos muito para melhorar, a capacidade defensiva, pressão, capacidade de jogar entrelinhas, que já tivemos e perdemos um pouco, a capacidade de ler os momentos do jogo, quando não podemos sofrer golos. Temos de aproveitar este jogo e depois teremos tempo para preparar os outros”
“Eu não vou entrar por aí, este jogo nem é do campeonato. Já sabem que eu não falo de arbitragem, falo dos jogos, às vezes mais acaloradamente no fim dos jogos. Não vou comentar as palavras do presidente. É óbvio que falo com alguém [sobre arbitragens], mas é quando entro no balneário: bato numas portas, refilo com toda a gente, faço o mesmo que os outros, mas aqui não vou fazer porque não vai mudar nada, nem que fale de uma forma positiva. Assim mantenho-me mais saudável: mais saudável no futebol, mais saudável na minha vida privada, etc. Vou fazer o meu trabalhinho, fico revoltado como os outros mas aguento-me. Há certas linhas vermelhas que eu defini para mim. Enquanto estiver aqui não vou contribuir para a confusão. Acreditem que os meus jogadores ficam revoltados comigo quando eu não os defendo, mas eu acho que os defendo assim. É não arranjar desculpas. O presidente tem uma tarefa diferente da minha. Mesmo com o penálti em Guimarães, se todos os jogadores tivessem estado no máximo - e essa é a única maneira de ganhar o campeonato - nós tínhamos ganhado o jogo. E é nisso que eu me foco”
“Em relação ao Gyokeres é o que já falámos: tem uma cláusula de rescisão. Em janeiro só pela cláusula. Se assim for não podemos fazer nada. É normal que os clubes lá fora estejam atentos aos jogadores do nosso campeonato porque vão lá para fora e têm grande rendimento, estão preparados para as melhores ligas. Para janeiro temos tempo para pensar nisso mas não serão reforçados os jogadores que vão para as competições, porque é só um mês. O que podemos fazer é ir buscar jogadores não só para agora mas também para o futuro, é a nossa política. Temos o problema das competições [CAN e Taça da Ásia] serem agora mas temos de pensar no futuro. O que poderá haver é um acerto no plantel a pensar no presente e no futuro”
“Acho que há sempre hipóteses, já aconteceu no passado, também há equipas com orçamentos maiores que nós, com outros argumentos, mas já provámos que em jogos a eliminar nós somos capazes em Portugal de nos batermos com as melhores equipas. Vai ser cada vez mais difícil. Quando maior é o número de equipas maior é a probabilidade. É preciso ter sorte no sorteio, nas lesões. Vamos ver. A ganhar alguma que seja o Sporting mas há equipas de outros campeonatos que têm mais responsabilidades. Mas com sorte qualquer uma das equipa portuguesa pode chegar a uma final e ganhar”
“Apesar da influência que o Viktor tem, na forma como mudou a forma de jogar da equipa, nós temos perdido outros jogadores que eu achava muito difícil substituir, como o Matheus Nunes, que era o jogador que levava a bola para a frente, o Porro, agora o Viktor. Nós temos a capacidade de renovar a equipa e não perco horas de sono nesse aspeto. Perdia antigamente porque havia a ideia que tínhamos de vender para sobreviver. Agora não há isso. Agora é pagar a cláusula. Acho que a equipa tem, cada vez mais, plano A e plano B. Estaríamos preparados para jogar de outra forma. Ele tem ainda muita coisa a melhorar, a forma como ele ainda não sabe se é para ir para a frente ou tem de temporizar o jogo, a ligação com os colegas, tem margem ainda”
“O Luís Neto vai jogar outra vez e o Geny não está apto. Vamos ver quando recupera. O Dani [Bragança] está de volta, o que é um grande sinal. O St. Juste está de fora”
“Tínhamos a obrigação de seguir em frente, pela grandeza do clube. Mas queríamos o 1.º lugar. Passar era a obrigação mínima. Estamos à espera de um adversário muito pressionante. Ao contrário do que eu pensava na 1.ª mão, o Sturm Graz esperou um bocadinho mais, não saltou logo na pressão. Tem jogadores fortes fisicamente, muito rápidos na frente e acho que nos vão pressionar desde o primeiro minuto e nós temos de ter a capacidade de sair a jogar. Em certos momentos vai ser um jogo diferente da 1.ª volta. Mas poderemos ter mais espaço nas costas, entrelinhas”
“O tempo de recuperação físico dá para recuperar os jogadores. Ainda não sei qual é o onze do jogo seguinte porque o foco agora é neste. Todos os jogadores que forem titulares ou estiverem no banco vão estar preparados para jogar com o FC Porto. Há jogadores que vão jogar menos, de forma a que a equipa também se apresente bem neste jogo e que se ganhe o jogo e que estejam preparados fisicamente. Nenhum jogador vai poder dizer: joguei 90 minutos, já não vou jogar na 2.ª feira. Se o jogo fosse domingo, teria influência, na 2.ª feira não tem influência nenhuma”
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