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Yolanda Hopkins é a primeira surfista portuguesa a chegar ao circuito mundial feminino

Yolanda Hopkins é a primeira surfista portuguesa a chegar ao circuito mundial feminino
Aaron Hughes

Surfista portuguesa garantiu lugar na elite ao avançar para as meias-finais do Saquarema Pro, do circuito de qualificação. Aos 27 anos, é a primeira mulher a consegui-lo e segue as pisadas de Tiago Pires e Frederico Morais que já o tinham feito no masculino

Uma mão tira, outra dá. Às vezes, só com um ano de diferença. Em 2024, Yolanda Hopkins ficou a um passo do circuito mundial de surf, a principal divisão da modalidade, que a portuguesa há muito namora. Em Saquarema, nos arredores do Rio de Janeiro, faltou-lhe um ponto para vencer o heat. E esse ponto foi a diferença entre saltar para o Championship Tour de todos os sonhos e manter-se no Challenger Series. 

A “vingança”, chamemos-lhe assim, entre aspas, porque a Hopkins nunca falhou o sorriso, nem mesmo nos momentos difíceis, aconteceu, precisamente, no mesmo mar, nas mesmas ondas. Aos 27 anos, a algarvia tornou-se esta quinta-feira na primeira surfista portuguesa a chegar à elite do surf, ao qualificar-se para as meias-finais do Saquarema Pro, depois de fazer melhor que a australiana Ellie Harrison, numa bateria em que as melhores ondas só surgiram na parte final. 

Yolanda avançou para as meias-finais com 10.67 (6.17+4.50) com a australiana bem perto (10.07). A portuguesa dominou quase sempre, ainda que Harrison tenha estado, momentaneamente, na frente a meio da bateria. Sol de pouca dura. No final, a surfista que tem o Alentejo como local de treino e casa, foi levada em ombros - não ganhou ainda a prova, mas o objetivo principal foi cumprido. O primeiro abraço sentido estava reservado para o treinador John Tranter, com quem trabalha há longos anos. 

“Consegui, finalmente, vamos estar aqui no Tour, a representar Portugal, estou bué feliz e quero mesmo agradecer a toda a gente que me tem apoiado ano atrás ano. Vou tentar dar o meu melhor no CT, levar a bandeira portuguesa o mais longe possível”, disse a portuguesa nas primeiras palavras após a qualificação histórica.

Hopkins, duas vezes olímpica - foi 5.ª classificada em Tóquio 2020 -, junta-se a Tiago Pires e Frederico Morais, os dois únicos até agora a terem um lugar residente na primeira divisão do surf. Ainda há poucos anos, Hopkins necessitava da generosidade alheia para viajar para certas provas, agora estará nas águas com as melhores do mundo. E pode nem estar sozinha: Teresa Bonvalot e Francisca Veselko ainda estão na luta para acompanhar Yolanda na elite.

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