Ténis

As lesões e Andy Murray. Tire-se isto e foi uma década quase perfeita para três certos monstros do ténis mundial

As lesões e Andy Murray. Tire-se isto e foi uma década quase perfeita para três certos monstros do ténis mundial
Matthew Stockman
Federer, Nadal e Djokovic são donos de carreiras intocáveis, mas nem por isso o caminho foi feito sem curvas. O espanhol foi quem, na segunda-feira, mais recentemente perdeu a posição no pódio do ranking ATP, liderado pelo sérvio. Entre lesões e alguns adversários surpreendentes, a última década dos três tenistas foi feita de (muitos) altos e (alguns) baixos

Rita Meireles

O ténis é um desporto individual, ainda que possa ser jogado a pares, mas a verdade é que a carreira destes três jogadores tirou muito mais vantagens do facto de todos pertencerem à mesma geração do que desvantagens. É a velha história dos adversários que se tornam melhores uns aos outros, pelo simples facto de serem tão bons.

Ao longo da última década, e até antes disso, a modalidade, do lado masculino, tem sido dominada por três nomes: Roger Federer, Rafael Nadal e Novak Djokovic. Eles são os monstros de uma geração que se foram tornando nos monstros do ténis.

Entre altos e baixos, têm-se mantido nas primeiras posições do ranking ATP, sejam os três ou apenas um. Mas com a idade a avançar e as lesões a complicarem a vida a dois deles, levantam-se questões em relação ao possível final deste domínio absoluto — cuja resposta todos têm vindo a adiar.

Olhando para o histórico de cada um dos três atletas, entre 2011 e 2021, foram algumas as vezes em que cada um ficou de fora do pódio na classificação geral. Federer foi quem teve mais complicações recentemente. No ano passado foi sujeito a duas operações ao joelho direito, por isso não é de estranhar que fevereiro de 2020 seja a última vez que esteve entre os três primeiros. Logo a seguir, o austríaco Dominic Thiem ficou com a sua posição.

No início de 2019, Federer também tinha estado fora do pódio, mas acabou por recuperar a posição no mês de maio.

Para Djokovic a última década também não foi sempre perfeita, mas esteve perto disso. O atual número um mundial atingiu, no início de 2021, uma marca histórica, ao tornar-se o tenista com mais semanas no primeiro lugar do ranking ATP, recorde que pertencia a Federer.

A primeira vez que o sérvio chegou ao topo da tabela foi a 4 de julho de 2011. Desde então, e até ao momento em que quebrou o recorde, ocupou o primeiro lugar no ranking durante cinco períodos diferentes, o que somado deu um total de 311 semanas. Mais uma que Federer.

A última vez que Djokovic perdeu o seu lugar no pódio foi em 2018, quando o argentino Juan Martín del Potro subiu à terceira posição. Estavam Nadal e Federer em primeiro e segundo, respetivamente.

Mitchell Layton

O mais consistente dos três ultimamente, no que ao pódio diz respeito, tem sido o espanhol.

Até à passada segunda-feira.

Nadal não ficava afastado do pódio desde maio de 2017, mas a derrota inesperada nos quartos-de-final do torneio de Washington fizeram-no cair para a quarta posição. Em terceiro está agora o grego Stefanos Tsitsipas. A liderança continua entregue a Djokovic e no segundo lugar está o russo Daniil Medvedev.

Assim como Federer, que está neste momento em 9.º, o tenista espanhol tem lidado com uma lesão recentemente. O problema é nas costas e deixou Nadal afastado de alguns torneios no início do ano.

Ainda assim, não são só as lesões a causarem problemas aos três gigantes do ténis. Pelo caminho, houve um outro tenista a roubar todas as atenções.

Em novembro de 2016, Andy Murray superou Djokovic e chegou ao primeiro lugar do ranking, onde permaneceu até agosto do ano seguinte. Foi Nadal quem o retirou do topo da lista. Na altura, o tenista tinha 29 anos e por isso tornou-se o segundo tenista mais velho a conquistar o lugar.

O tenista britânico foi o único capaz de, na última década, desafiar Federer, Nadal e Djokovic. Atualmente, Murray encontra-se na posição 105 do ranking.

Clive Brunskill

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