Ténis

Dores no pé esquerdo colocam ponto final na temporada de Rafael Nadal: “Estou a sofrer muito mais do que deveria e preciso de parar”

Dores no pé esquerdo colocam ponto final na temporada de Rafael Nadal: “Estou a sofrer muito mais do que deveria e preciso de parar”
Mike Lawrence/ISI Photos
Depois de falhar Wimbledon, Jogos Olímpicos e os Masters de Cincinnati e Toronto, o tenista espanhol anuncia que não vai competir mais em 2021. “Durante este último ano não tive a capacidade de treinar e preparar-me e competir da maneira que realmente gosto, por isso chego à conclusão que preciso de um tempo para recuperar”

As más notícias para quem gosta deste belo desporto começaram há somente cinco dias. Roger Federer anunciou que estará longe dos courts muitos meses porque será operado ao joelho. Desta vez, graças às dores insuportáveis no pé esquerdo, é Rafael Nadal que dá por terminada esta época.

“Olá a todos. Queria comunicar-vos que infelizmente tenho de pôr fim à temporada 2021”, começou por dizer o tenista espanhol, num vídeo publicado nas redes sociais esta manhã. As palavras custavam-lhe a sair, o olhar estava resignado, apagado, como o pensamento daqueles que já começam a desenhar o ténis sem Rafa e Roger.

“Sinceramente, levo um ano a sofrer muito mais do que deveria com o meu pé e preciso de parar. Depois de ter falado com a minha equipa e família, tomou-se esta decisão e creio que é o caminho a seguir para tentar recuperar e recuperar bem”, continuou o tenista canhoto.

Nadal lamentou também não ter estado presente em torneios como Wimbledon ou Jogos Olímpicos, assim como acontecerá agora com o Open dos Estados Unidos, em Nova Iorque. Rafa já havia falhado os Masters de Cincinnati e Toronto.

“Durante este último ano não tive a capacidade de treinar e preparar-me e competir da maneira que realmente gosto, por isso chego à conclusão que preciso de um tempo para recuperar”, insistiu.

A lesão no pé esquerdo já o castiga desde 2005. Embora não o tenha travado durante a carreira, parece começar agora a passar uma fatura mais pesada, até porque os anos passam e o corpo já não é o mesmo que era na juventude. E Nadal, já se sabe, sempre assentou uma boa dose do seu jogo na capacidade física. A mentalidade andou sempre de mão dada com o físico, por isso testemunharam-se tantas jogadas eternas ou bolas que pareciam impossíveis transformadas em pequenos milagres.

Chegou a altura de mudar algumas coisas e compreender os sinais que o pé lhe dá, diz. O tratamento será um pouco diferente. O objetivo é só um: “Encontrar uma solução para este problema ou pelo menos que melhore de maneira a poder continuar a ter opções [de competir] nos anos seguintes”.

Rafael Nadal garante que mantém a “ilusión” e a “predisposição” para fazer o que for necessário para voltar a ser quem sempre foi, um competidor faminto: “Estou convencido que, com a recuperação do pé e evidentemente com um esforço diário muito importante, pode ser possível. Vou trabalhar o máximo que posso para que seja assim”.

E concluiu: "Prometo-vos que o que vou fazer é trabalhar forte para tentar continuar a desfrutar deste desporto durante mais um tempo".

Segue-se agora, a partir de 30 de agosto, o Open dos Estados Unidos. Os três grandes tenistas da história deste desporto estão empatados com 20 vitórias em torneios do Grand Slam, por isso Nova Iorque prometia ser um torneio sedutor, pois alguém provavelmente iria engordar a sua lenda. Na ausência de Nadal e Federer, será Novak Djokovic o grande favorito à vitória.

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