Tatjana Maria, que foi mãe pela segunda vez há 15 meses, está na meia-final de Wimbledon: “É de loucos. Depois disto, vou mudar fraldas”
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Quase um ano e meio depois de ter dado à luz a segunda filha, a tenista alemã juntou-se ao grupo de apenas seis mulheres a terem chegado às semifinais de Wimbledon com mais de 34 anos. E tal como Serena Williams, também Tatjana Maria chegou a esta fase do Grand Slam da relva após ser mãe
Há apenas 15 meses, a tenista alemã Tatjana Maria deu à luz a segunda filha. Agora, faz parte de um grupo restrito: o das seis mulheres que, na longa história de Wimbledon, conseguiram chegar às semifinais do torneio inglês com mais de 34 anos. Apenas Tatjana e Serena Williams atingiram esta fase da competição após terem sido mães.
Depois de ter assegurado a maior vitória da carreira, a tenista fez questão de prestar homenagem às filhas: “É um sonho viver este momento com as minhas duas pequeninas. Há um ano, ou quase, tinha acabado de dar à luz. É de loucos”.
O encontro com Jule Niemeier também não foi propriamente convencional, com Tatjana a conseguir a reviravolta depois de estar um set e um break atrás da compatriota. A jovem de 22 anos parecia embalada para a próxima ronda, mas Maria conseguiu manter a compostura e, depois de ter perdido o primeiro set por 4-6 e vencido o segundo por 6-2, carimbou a passagem para as semifinais com um 7-5 no terceiro e decisivo set.
Até hoje, lembra o jornal inglês “Telegraph”, Maria nunca tinha conseguido resultados verdadeiramente visíveis em torneios importantes. A número 103 do ranking WTA tinha como melhor registo uma presença na terceira ronda, precisamente em Wimbledon, em 2015.
A carreira da alemã parece ter disparado depois do nascimento da primeira filha. Tatjana Maria entrou pela primeira vez no top 50 após dar à luz Charlotte. Durante a licença de maternidade, a tenista reconstruiu o seu jogo com a ajuda do treinador, Charles-Edouard, o seu marido. Depois de ter sido mãe pela segunda vez, Tatjana tem a oportunidade de chegar à final de um Grand Slam.
“Cheguei ao top 50 com a Charlotte e agora estou de volta com a minha segunda filha. Ainda assim, todos tinham dúvidas. É um pouco isso, a minha vida, mostrar a toda a gente que ainda estou cá e que sou uma lutadora, e que vou continuar a sonhar. É o que eu quero mostrar às minhas filhas”, disse a germânica, que leva uma vida pouco convencional quando se encontra em tournée. A filha mais velha, de oito anos, parece pouco preocupada. Na verdade, Charlotte quer seguir as pisadas da mãe. Mesmo em Wimbledon, os dias de Maria começam com o treino da filha, antes do seu.
“Para mim, é essa a parte mais importante da minha vida: ser mãe das minhas duas filhas. Nada vai mudar isso. Estou na meia-final de Wimbledon, é de loucos, mas continuo a ser mãe. Depois disto [entrevista pós-jogo] vou ver as minhas filhas e fazer as mesmas coisas que faço todos os dias. Vou mudar fraldas. Tento manter a normalidade tanto quanto possível, porque ser mãe é o que faz de mim mais orgulhosa”, confessou Tatjana Maria.
Da família para os amigos: a próxima adversária da alemã é alguém que conhece bem. Ons Jabeur, a tunisina que é número dois do ranking WTA, mantém uma relação de amizade com Maria. “Adoro a Tatjana, a família dela é fantástica e ela é a minha companheira dos churrascos. Vai ser difícil defrontá-la, é uma grande amiga. Fico feliz por ela, gostava que as outras jogadoras olhassem para o seu exemplo”, disse Jabeur.