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Atenção, Carlos Alcaraz ainda só está a jogar “com 60% do seu potencial”. E ganhou o US Open porquê? “Joguei feliz”

Atenção, Carlos Alcaraz ainda só está a jogar “com 60% do seu potencial”. E ganhou o US Open porquê? “Joguei feliz”
Frey/TPN
O jovem espanhol de 19 anos venceu o Grand Slam norte-americano e confirmou-se como mais do que uma promessa, apesar da tenra idade. Com a vitória, Carlos Alcaraz é agora o número um do ranking ATP mais novo de sempre: “Trabalhei muito para viver um momento como este”

Carlos Alcaraz, tenista espanhol de 19 anos, venceu o US Open e tornou-se número um do mundo. Logo após a final, frente a Casper Ruud, Carlitos, como é conhecido o jovem, não cabia em si de contente.

“Dei tudo e estou muito feliz. Tenho apenas 19 anos e todas as minhas conquistas são partilhadas com a minha equipa, a minha família e todos os que me têm ajudado”. O murciano referiu os familiares mais do que uma vez, com destaque para um: “Pensei muito no meu avô e em todas as pessoas que ficaram em Espanha e não puderam acompanhar-me até aqui, Nova Iorque”, disse, sobre o familiar que lhe ensinou a importância de um tridente de elementos: “cabeça, coração e cojones”.

“Joguei feliz, por isso consegui o troféu”, acrescentou Carlitos, urgindo que “não pode estancar agora", lembrando que é “um miúdo de 19 anos” e “tudo [lhe] chegou muito rápido” - “Que tenha conseguido um Grand Slam e o número um não significa que tenha de ficar na minha zona de conforto.”

Alcaraz conquistou em Flushing Meadows o seu primeiro major, naquela que foi a sua primeira final de um Grand Slam. No total, foi o seu sexto título, após os Masters 1.000 de Madrid e Miami, fora os torneios de Barcelona, Rio e Umag, este último ainda em 2021.

Casper Ruud, de 23 anos, também ele um jovem promissor, foi o derrotado na final dos EUA. O norueguês encarou o desaire com desportivismo, rendendo-se ao ténis de Alcaraz: “É incrivelmente impressionante o que ele conseguiu, sendo ainda um adolescente. Por vezes é difícil crer que ele é apenas um adolescente”, disse Ruud, após o jogo, considerando que Carlos é um “talento raro” e “o melhor do mundo” neste momento.

Quanto a Carlitos, ainda no court, confessou: “É incrível ter este troféu nas mãos e ser número um. (…) Trabalhei muito para viver um momento como este e ser campeão de um Grand Slam. (…) Ser número um do mundo é algo com que sonho desde criança”. “É difícil falar agora, são muitas as emoções”, admitiu o prodígio, ainda com os pés no corte.

Mais tarde, na conferência de imprensa, o espanhol contou, com orgulho e um sorriso maroto, que um determinado jogador apostou na sua vitória no US Open: “Vi que o Nick Kyrgios me mandou uma mensagem no Instagram. Não abri a mensagem toda, mas vi que me disse ‘eu avisei-te'”.

O novo número um do mundo admitiu que ficou “um pouco tenso” a meio da partida final. “Venci o primeiro set, como sabem, e senti que o Casper [Ruud] alterou taticamente as coisas e isso deixou-me um pouco tenso. Mas depois comecei a acalmar-me novamente e voltei a jogar bem”, confessou Alcaraz, que, para além do troféu e da liderança do ranking, leva para casa outra satisfação: tornou-se o mais jovem vencedor do US Open desde que Pete Sampras levantou a taça, em 1990.

Na ressaca da conquista, também Juan Carlos Ferrero, treinador de Alcaraz e também ele um antigo líder do ranking mundial - que perdeu uma final do US Open, em 2003 - avisou que o seu pupilo apenas “está a jogar com 60% do seu potencial” e “pode melhorar em muitas coisas”, lembrando como viu “um esparguete sem músculo” quando Carlitos entrou na sua academia, quando tinha 15 anos. Não foi assim há tanto e ele já é dono de um Grand Slam.

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