Open da Austrália: o fatalismo irresistível no sorteio de Nadal e Djokovic e o que esperam João Sousa e Nuno Borges

Jornalista
Há qualquer coisa de belo na temporada do ténis obedecer ao calendário a que obedecem as pessoas vulgares. Quando as 12 pancadas ecoam nos relógios naquele 31 de dezembro, empurram-nos a todos para 1 de janeiro, para mais um ano, o lugar imenso onde sonhos e metas são renovados. O cliché da folha em branco é muito adequado, pois os tenistas começam realmente do zero. Este 2023, como nos outros anos todos, começa com o Open da Austrália, o primeiro major da época, que se joga entre 16 e 29 de janeiro.
Os portugueses João Sousa (82 no ranking ATP) e Nuno Borges (112) jogam contra Lorenzo Sonego (44), um italiano de 27 anos, e Robert Bautista Agut, um espanhol que ocupa a 26.ª posição que dá ordem à grandeza ou feitura dos tenistas. Se vencerem os respectivos jogos, Sousa vai encontrar Aleksander Vukic (129) ou Brandon Holt (216), enquanto Borges terá pela frente Pedro Martínez (58) ou Hubert Hurkacz (11), o 10.º cabeça de série deste Open da Austrália.
“É um jogador experiente e que já joga estes torneios há mais tempo que eu”, diz à Tribuna Expresso Nuno Borges. “Serve bem e demonstrou que pode jogar a um grande nível.”
Quanto ao lago dos tubarões, os que sonham acordados e morder a orelha daquela taça, Rafael Nadal, o número 2 do ranking ATP, volta à ribalta como primeiro cabeça de série do torneio na ausência do novo prodígio deste desporto, Carlos Alcaraz. Nadal, de 36 anos, terá pela frente, na primeira ronda, Jack Draper, um britânico de 21 anos, atualmente nº 40.
Novak Djokovic, que faltou à última edição deste torneio devido a não estar vacinado, ganhou o torneio em Auckland, igualando os 92 títulos de Nadal, e regressa a esta competição, visando a vitória no 22º torneio do Grand Slam da carreira, igualando assim o recordista Rafa Nadal. O sérvio, de 35 anos, vai defrontar Roberto Carballes Baena (75), um espanhol de 29 anos. Quis o sorteio que ficassem em hemisférios diferentes, por isso queira o destino ou a competência de ambos juntá-los, só se poderão olhar olhos nos olhos na final na Rod Laver Arena.
Quanto a Casper Ruud, de 24 anos, o segundo cabeça de série na Austrália, vai defrontar o checo Tomas Machac (115), de 22 anos. A seguir na hierarquia da prova está Stefanos Tsitsipas (4): o grego vai jogar com o francês Quentin Halys, o 64.º do ATP. O sempre imprevisível Nick Kyrgios vai estrear-se contra Roman Safiullin (98), um russo de 25 anos.
O russo Daniil Medvedev (8) vai defrontar Marcos Giron (60), um norte-americano de 29 anos. O canadiano Felix Auger-Aliassime (7), o vencedor da última edição do Estoril Open, terá pela frente Vasek Pospisil (94). Finalmente, tocou Nikoloz Basilashvili (89) para Taylor Fritz (9) na primeira ronda.
No quadro feminino, a número 1 Iga Swiatek vai defrontar a alemã Jule Niemeier (68). A tunisina Ons Jabeur, a segunda cabeça de série do torneio, vai defrontar Tamara Zidansek (88). A número 3 do ranking, Jessica Pegula, terá Jaquelin Cristian (143) do outro lado do court na estreia no Open da Austrália, que arranca daqui a quatro dias.
Coco Gauff (7), que começou o ano da melhor maneira com uma vitória em Auckland, terá Katerina Siniakova (48) como primeiro obstáculo na corrida para a conquista do primeiro major da carreira. Em 2022, a tenista de 18 anos alcançou a final de Roland Garros.
Aryna Sabalenka, (5) a quinta tenista do ranking WTP, vai defrontar Tereza Martincova (73), enquanto Maria Sakkari (6) tem agendado um duelo contra a chinesa Yue Yuan (119).
O Open da Austrália não vai contar com Venus Williams, que recebera um wild card mas que abdicou por lesão, e Naomi Osaka. A japonesa acabou de anunciar, nas últimas horas, que está grávida.
Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: htsilva@expresso.impresa.pt