Com uma fita verde a estancar o suor na testa e os punhos tapados de negro, Frederico Gil voava em Miami, beneplácito de um 5-4 com 15-30 no serviço do número um do mundo e “a dois pontos de lhe ganhar o primeiro set”. A martelar bolas com a sua direita, o português acabaria por ceder perante Rafael Nadal, caindo com um 7-5, 6-3 que não refletia as 73 posições que os separavam no ranking. Em piso rápido, é justo recordar que o tenista de Sintra pôs em sentido o espanhol de Maiorca em 2009, quando ambos jogavam na frescura dos seus vintes, saindo de lá confiante e crente. Mas, um mês depois, “não [sentiu] nada disso” quando se reencontraram.
Em Barcelona, com pó de tijolo a sujar-lhe as sapatilhas e as meias, Frederico Gil sentiu que do outro lado da rede estava “um jogador completamente diferente”, transformado pela superfície. “Se me perguntarem qual foi o jogo mais difícil na vida, foi exatamente esse. Senti-me impotente, senti que não tinha capacidade física, técnica e tática para fazer frente ao jogo dele”, afirma o português, relevando a derrota “engraçada” que teve parciais pouco abonatórios (6-2, 6-2), pois Nadal, “naquela semana, ganhava tudo por 6-1, 6-0 ou 6-1, 6-1”. O português ficou orgulhoso. Tinha batido o pé ao tenista que “é muito superior” em terra batida e nem “te ataca e faz muitos winners”, mas que “te acaba por esmagar com a consistência, a rotação e a força”. E já era dono de quatro títulos em Roland-Garros.
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