Ténis

Não há nostalgia para Rafael Nadal, que segue seguro no regresso à competição

Não há nostalgia para Rafael Nadal, que segue seguro no regresso à competição
PATRICK HAMILTON

Vitória fácil do espanhol na 2.ª ronda de Brisbane (6-1, 6-2) frente a Jason Kubler, sem mostras de fraquezas físicas ou outras maleitas: Nadal vai jogar os primeiros quartos de final desde Wimbledon 2022 e nem parece estar em plena digressão de despedida

O ritual de alinhar com precisão de ourives as duas garrafas que usará para combater a inclemente humidade australiana dizem-nos que Rafael Nadal está de volta. E aquilo que tem jogado no torneio de Brisbane, o primeiro desde que há um ano lesionou o músculo psoas, que liga a coluna aos membros inferiores, também. Aos 37 anos e depois de 12 meses de frustrações, operações e uma recuperação que só encarreirou após colocar 2023 para trás das costas, o espanhol já não é o touro de outros dias, é certo, mas chegou ao outro lado do mundo com um ténis que não parece de quem está em plena digressão de despedida.

Depois do triunfo frente a Dominic Thiem na 1.ª ronda, um encontro entre dois rapazes que partilharam o palco da final de Roland-Garros em duas ocasiões antes dos respetivos corpos os deixarem mal, Rafael Nadal ultrapassou Jason Kubler como uma brisa que faz o percurso natural, ainda que o 6-1 e 6-2 que mostra o marcador seja demasiado duro para o jogador australiano, convidado de honra em sua própria casa - nasceu ali mesmo, em Brisbane - desta última dança do espanhol.

Em plena sessão noturna - não podia ser de outra forma - Rafael Nadal abriu o primeiro set com 5-0, até a assistência médica ao adversário lhe quebrar o ímpeto. Ainda assim, e depois de salvar três break points, o agora 672.º do ranking mundial fechou o parcial em 6-1, não revelando em tempo algum fraquezas físicas - houve até direito a um smash de costas, só ao alcance dos mais talentosos. As pancadas que massacram os rivais ainda não parecem absolutamente calibradas, mas estão a caminho disso. Nadal, tal como tantos desportistas que logram estender de forma outrora impossível as suas carreiras, parece mais magro, menos pesado.

No 2.º set houve mais oposição do rival, mas Nadal continuou sólido e com poucos erros no serviço e em menos de hora e meia fechou o encontro, seguindo agora para mais um duelo com um jogador australiano, Jordan Thompson e o seu imponente bigode. Serão os primeiros quartos de final de Rafael Nadal desde Wimbledon em 2022. A farewell tour segue fresca e nada nostálgica. E isso são boas notícias para o espanhol.

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