Estamos em 2024 e, fiel à evolução do mundo, o Estoril Open é um torneio tecnologicamente avançado. Há QR codes para ler e ativar hiperligações que desbloqueiam portas, robôs que fazem tarefas, sistemas eletrónicos de arbitragem.
Há uma imensidão de gente de telefones na mão e smartwatches e afins nos pulsos. Mas, entre a realidade tecnológica, no mundo digital, há uma componente analógica, da natureza insuperável, que marca a competição. Uma ditadura do ambiente, incontrolável, que tem o poder mais importante: decidir se há encontros ou não.
A chuva. A água que cai do céu e impede que, no maior torneio de ténis nacional, haja ténis. A chuva que dita que, enquanto cair, não há bolas amarelas voando e que, quando parar, é preciso algum tempo para que o court possa escoar, ser limpo e colocado em condições para que dois portadores de raquetas se enfrentem.
Nesta tirania da chuva, aguarda-se e aguarda-se. Em teoria, haveria quatro encontros no court principal. À medida que foi sendo evidente que o tempo não iria melhorar, as esperas tornaram-se cancelamentos, primeiro parciais, e depois totais.
Pouco antes do anúncio oficial da organização, um inglês que visitava o torneio perguntava a um segurança se, perante a ausência de ténis, teria direito a um reembolso pelo bilhete pago para assistir a um torneio de ténis. A inquietação foi solucionada pouco depois, quando se anunciou que tal devolução de dinheiro aconteceria.
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