O equilibrado embate entre Jack Draper e Felix Auger-Aliassime já tinha mais de duas horas e meia de vida. A eliminatória dos oitavos de final do ATP 1000 de Cincinnati ia no terceiro set quando o britânico dispôs de um match point. Foi aí, nesse instante decisivo, que a polémica disparou.
Após uma pancada de Aliassime para o lado do court de Draper, o britânico devolveu a bola com um efeito estranho, esquisito, parecendo logo que algo não estava bem com o contacto que a raquete fez com o objeto. Draper pareceu duvidar sobre o veredicto da jogada, o qual surgiria pela voz do árbitro Greg Allensorth, que deu o ponto ao 25.º da hierarquia mundial. Consequentemente, foi game, set and match para o britânico.
Felix Auger-Aliassime não queria acreditar. Estava convencido que Draper tocara duas vezes com a raquete na bola, fazendo um primeiro contacto na direção do solo e só depois, num segundo momento, colocando o alvo amarelo do outro lado. O supervisor foi chamado, Draper predispôs-se a repetir o ponto, mas Allensorth estava irredutível. Ponto para Draper, vitória para Draper, indignação para Felix.
“Mal a repetição foi mostrada, as dúvidas que pudessem existir ficaram desfeitas em segundos”, nota, em conversa telefónica com a Tribuna Expresso, Pedro Sousa, retirado tenista que é um dos sete homens portugueses a ter andado entre os 100 primeiros do ranking ATP (foi 99.º).
Gastão Elias, ainda em atividade — 310.º do ranking — e o terceiro tenista nacional a ter escalado mais alto na hierarquia mundial, tendo chegado à 57.ª posição, estava a ver o encontro e vai buscar outra prova do crime. “O Draper sabe exatamente o que fez, pela reação dele viu-se logo que tinha feito porcaria. Ele disse que se podia repetir o ponto? Quando um jogador pede para repetir o ponto, é porque sabe que está errado”, atira Elias.
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