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Ténis

Sim, o tamanho importa (no ténis)

Sim, o tamanho importa (no ténis)
Clive Brunskill

Os melhores jogadores são cada vez mais altos. Porquê? Há forma de contrariar a “ditadura da genética” ou a tendência é imparável?

Sim, o tamanho importa (no ténis)

Pedro Barata

Jornalista

Gastão Elias sente-se “a correr maratonas contra quenia­nos”. O terceiro tenista português que mais escalou no ranking ATP — chegou a ser 57.º — refere-se à desvantagem de enfrentar uma evidência estatística: o jogo da bola amarela está mais alto.

A estatura média dos ocupantes do top 10 masculino tem subido, dos 1,82 metros de há 40 anos para os 1,91 metros de 2024 [ver quadro]. Há 20 anos, Carlos Alcaraz, com os seus 1,83 metros, estaria na média, mas agora é baixo entre os gigantes, um dos três (os outros são Casper Ruud e Alex de Minaur) com menos de 188 centímetros nos 10 melhores tenistas da hierarquia.

Elias, de 33 anos, 1,80 metros e atualmente no 305.º lugar da hie­rarquia, acredita que “o ténis se aproxima de um basquetebol, em que tens de ter xis altura para competir”. Bruno Tiberti, técnico que orientou Diego Schwartzman, um dos últimos baixinhos na elite — foi 8.º do ranking, com 1,70 metros —, acha que “será cada vez mais difícil” haver alguém como “El Peque” no topo.

Desde Gastón Gaudio (1,75 metros), em Roland-Garros 2004, que um jogador com menos de 1,83 metros não vence um torneio do Grand Slam. Nos últimos 20 anos, Alcaraz e Wawrinka, ambos com 1,83 metros, foram os menos altos a erguer um dos quatro títulos mais cobiçados. Mas por que é que os gigantes invadiram o top 10? Que consequências tem este crescimento para o ténis? E o que podem fazer os mais baixos para competir?

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