Mais história na raquete de Nuno Borges: será o primeiro homem português a jogar a 3.ª ronda em Roland-Garros
Julian Finney
O melhor tenista português da atualidade venceu Casper Ruud, um dos mestres da terra batida - duas vezes finalista em Roland-Garros. Nunca nas 13 tentativas anteriores Nuno Borges conseguira vencer um adversário do top 10 e agora vai jogar a terceira ronda pelo terceiro Grand Slam seguido
Casper Ruud longe, muito longe está de ser um tenista qualquer. O simpático norueguês, a todo o momento com um sorriso em riste, é um quase tu-cá-tu-lá com Roland-Garros. Por dois anos seguidos chegou ao jogo decisivo no templo da terra batida, prova indubitável da sua perícia na superfície deslizante, até ser mais um azarado que teve de enfrentar os melhores de sempre logo nos seus momentos mais áureos.
Em 2022 perdeu com Rafael Nadal, o mito que agora tem a sua pegada cravada na mobília do Philippe Chatrier, o court central do torneio. Em 2023, a derrota foi contra Novak Djokovic, outra das lendas eternas do ténis. Os resultados não beliscaram o estatuto de Ruud: nesta década pertence à galeria dos jogadores mais capazes no pó de tijolo, um dos mestres deste terreno que ainda há um mês prevalecia no Masters de Madrid, um dos maiores torneios desta estirpe.
Naturalmente, o norueguês chegou a Paris com o embalo de ser um dos nomes fortes do quadro, envolto em expetativas de que fosse longe na prova. Esta quarta-feira, na segunda ronda, embateu contra duas verdades. Uma foi sentir problemas num dos joelhos, condicionante que o levou a pedir o auxílio do médico de serviço do torneio. A outra foi que apanhou Nuno Borges como adversário.
Daniel Kopatsch
O tenista português, 41.º do ranking mundial, venceu Casper Ruud, oitavo na hierarquia, pelos parciais 2-6, 6-4, 6-1 e 6-0. Bastante forte a impor-se, sobretudo, nos dois derradeiros sets, o maiato demorou duas horas e 17 minutos e chegou, pela primeira vez, à terceira ronda em Roland-Garros, na qual vai defrontar o australiano Alexei Popyrin, 25.º melhor da classificação planetária.
Esta foi a primeira vitória de Nuno Borges, 28 anos, contra um tenista do top 10 - já levava 13 tentativas, segundo o site Raquetc -, assegurando a quarta qualificação para a terceira ronda de um Grand Slam, a terceira consecutiva. Ou seja, imita o que logrou no Open da Austrália deste ano e no US Open de 2024. Nunca um homem português dedicado ao ténis conseguira chegar tão longe em Roland-Garros - apenas Michelle Larcher de Brito, entretanto desaparecida das raquetes, o fizeram em 2009.
A melhor prestação do número um nacional em torneios do Grand Slam é a presença nos oitavos de final no Open da Austrália e no Open dos Estados Unidos em 2024, sendo que, em Paris, apenas tinha chegado à segunda ronda em 2023.