Ténis

Uma duríssima batalha ditou o adeus de Nuno Borges a Roland-Garros

Uma duríssima batalha ditou o adeus de Nuno Borges a Roland-Garros
Eurasia Sport Images

Maiato, número 41 mundial, sai de cena em Paris na 3.ª ronda, onde chegou pela primeira vez, após três longuíssimos e muito competitivos sets frente ao australiano Alexei Popyrin, com parciais de 6-4, 7-6(11) e 7-6(5)

Convencionou-se dizer que o desporto é feito de pormenores, que as vitórias e as derrotas chegam nos detalhes e, na 3.ª ronda de Roland-Garros, Nuno Borges foi vítima do lado errado dessa lógica. Ainda que tenha sido eliminado do Slam francês em três sets, o embate com o australiano Alexei Popyrin foi uma duríssima batalha de três horas, com muito equilíbrio e dois tie-breaks à mistura, que acabaram por cair para o lado do 25.º mundial, que venceu por 6-4, 7-6(11) e 7-6(5), chegando pela primeira vez aos oitavos de final do torneio.

O resultado dí-lo e o jogo também: dentro do constante balanço de forças, o 1.º set acabou por ser aquele em que Popyrin mais fez valer o seu poderoso serviço e a direita certeira, capaz de fazer mossa do fundo de court. Quebrou o maiato logo no primeiro jogo e a partir daí praticamente não deu oportunidades a Borges no seu saque - o australiano perdeu apenas três pontos no seu serviço.

Com formação tenística que passou também por Alicante, onde a terra batida reina, Popyrin foi campeão junior de Roland-Garros em 2017 e conhece as manhas do pó de tijolo, talvez até mais do que o português. O 2.º set tornou-se um duelo ao sol e desde a linha de fundo, com ténis de alto nível de parte a parte. 

Borges seria o primeiro a ceder, quebrado quando servia para o 4-3, e teve os seus primeiros break points do encontro quando Popyrin tentava fechar o set, conseguindo, na hora certa, devolver o break. Seguiu-se mais um break para cada lado, com Nuno Borges mais agressivo, a procurar mais os ângulos e a fazer finalmente correr o gigante de quase dois metros. Perante tanto equilíbrio, o set só podia acabar num tie-break, que foi a imagem perfeita do parcial que o antecedeu: intenso, emotivo, numa constante parada e resposta. Borges chegou a ter set point, mas o longo desempate seria conquistado por Popyrin (13-11). O 2.º parcial só fechou 72 minutos depois de começar.

No 3.º set, com o calor a apertar em Paris, houve um jogo mais aberto e muitas oportunidades de parte a parte para quebrar o serviço, todas desaproveitadas. Popyrin chegou a ter dois match points para fechar o encontro em 6-4, salvos por Borges, que por sua vez desperdiçou logo de seguida a oportunidade de agarrar o saque adversário. Tudo seguiria novamente para tie-break, desta vez menos equilibrado, mas onde Nuno Borges, numa derradeira demonstração de competitividade e vontade, ainda conseguiu levar um 6-2 de Popyrin para 6-5, antes do vencedor do Masters 1.000 de Montreal de 2024 fechar o encontro com um grande serviço que o maiato respondeu para a rede. 

Ainda assim, Nuno Borges sai de Paris fazendo parte de uma edição histórica para Portugal. Tornou-se em Paris no primeiro tenista português a chegar à 3.ª ronda de Roland-Garros, imitado pouco depois por Henrique Rocha. O seu conterrâneo ainda está em prova e no sábado joga frente ao showman Alexander Bublik, também no court 14, onde esta sexta-feira terminou a caminhada do número 1 nacional.

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