Ténis

A wildcard Lois Boisson nunca jogara um Grand Slam e já está nos ‘quartos’ de Roland-Garros. Há um ano, viu o torneio do hospital

A wildcard Lois Boisson nunca jogara um Grand Slam e já está nos ‘quartos’ de Roland-Garros. Há um ano, viu o torneio do hospital
Julian Finney

A estrear-se no quadro principal de um Grand Slam, a tenista francesa, de 22 anos, ganhou a Jessica Pegula, a número três do mundo, e avançou para os quartos de final em Paris: é a jogadora com pior ranking (361.ª classificada) a chegar a esta fase de um dos quatro maiores torneios do ténis desde 2017

Há um ano, Lois Boisson estava triste. A tenista sofrera uma das lesões mais temíveis para qualquer desportista, ao rasgar o ligamento cruzado anterior de um joelho a cerca de uma semana de Roland-Garros, roubando-lhe a hipótese de jogar no torneio. Ou de o tentar: não fosse a leão, com o ranking WTA que tinha a jovem francesa teria de submeter-se à fase do qualifying para tentar entrar no quadro principal.

Foi uma fotografia desses tempos, com ela deitada na cama de um hospital, a fazer um sinal de fixe sem cara de grande felicidade, que começou a ser partilhada com afinco esta segunda-feira, após Lois Boisson ser exuberante nos festejos com que assinalou a proeza conseguida diante de Jessica Pegula, uma das principais tenistas do circuito.

A francesa, de 22 anos, fixou a grande surpresa da edição de 2025 de Roland Garros ao qualificar-se para os quartos de final após eliminar a norte-americana Jessica Pegula, número três mundial. Na sua estreia em quadros principais de torneios do Grand Slam, Boisson, de 22 anos e 361.ª do ranking WTA, venceu, com reviravolta, Pegula, por 3-6, 6-4 e 6-4, em duas horas e 40 minutos.

Derradeira representante gaulesa nos oitavos de final, a wildcard Boisson tornou-se a primeira tenista francesa a atingir os ‘quartos’ desde 2017, ano em que Caroline Garcia e Kristina Mladenovic chegaram a essa fase.

A jovem francesa é a também a tenista com ranking mais baixo a chegar aos quartos de final de um major, desde que a letã Kaia Kanepi, que já tinha integrado o top 20 mundial, entrou nas últimas oito tenistas do Open dos Estados Unidos em 2017, quando era 418.ª da hierarquia.

Os números históricos da caminhada épica de Lois Boisson não ficam por aqui, uma vez que é a primeira tenista estreante em quadros principais de torneios do Grand Slam a chegar aos quartos de final desde 2009, quando a espanhola Carla Suarez Navarro, vinda da qualificação, o conseguiu.

Na última temporada, Boisson já devia ter recebido um convite para estar no major de terra batida parisiense, mas uma rotura de ligamentos num joelho acabou por a afastar durante nove meses da competição, tendo já em 2025 participado no seu primeiro e único torneio WTA, em Rouen.

Pela frente, a francesa vai ter agora a russa Mirra Andreeva, sexta da hierarquia mundial, que afastou a australiana Daria Kasatkina, 17.ª, por 6-3 e 7-5, em uma hora e 34 minutos. Aos 18 anos, Andreeva tornou-se também a mais jovem tenista a conseguir estar nos quartos de final de Roland Garros de forma consecutiva desde a suíça Martina Hingis em 1997 e 1998.

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