Vuelta: Van Aert ganha no dia em que parte do futuro da corrida se revelou
Tim de Waele/Getty
Na 7.ª etapa da competição, houve alguns ataques e a confirmação de que, com a liderança que Ben O'Connor obteve, os próximos dias trarão muitas movimentações. Não houve alterações entre os três primeiros da geral e, no final, Wout van Aert aproveitou a oferta da Red Bull para vencer na chegada a Córdoba
A 7.ª etapa da Vuelta amanheceu com o pelotão a discutir o que sucedera na véspera. Os muitos minutos ganhos por Ben O'Connor viraram a corrida de pernas para o ar, lançando-a em bases diferentes: da Vuelta que tinha Roglic como favorito, previsivelmente aproveitando os sprints de montanha para cimentar a vantagem que tinha, passámos para a Vuelta que tem O'Connor com um alvo nas costas, o homem que a quem será necessário roubar quase 5 minutos.
Procurando causas para que o australiano da Decatlhon AG2R, 4.º no Giro deste ano e no Tour de 2021, tenha chegado com mais de 6 minutos de vantagem para os favoritos na 6.ª tirada, a ligação entre Archidona e Córdoba foi como um vislumbre do futuro. Daqui em diante, a Vuelta será uma competição atacada, rasgadinha, com todos procurando lançar armadilhas a O'Connor.
Foi uma corrida “explosiva”, descreveu, no final, Wout van Aert. Só houve uma contagem de montanha, uma 2.ª categoria a mais de 25 quilómetros da meta, mas houve quem tentasse agitar nessa ascensão.
Roglic teve um esboço de ataque, várias equipas da geral insinuaram intenções. Na descida e na fase plana final, a tensão manteve-se. Não houve verdadeiras ofensivas de gente da geral, mas as bases para o futuro estão lançadas: O'Connor será um líder em teste nos próximos dias, o que poderá atirar a Vuelta para terrenos imprevisíveis.
Depois da montanha que partiu o pelotão, a parte final da etapa foi corrida quase como uma clássica. Marc Soler, da UAE Emirates, atacou e chegou a ter quase 20 segundos de vantagem, mas foi tramado por Sepp Kuss. O líder da Visma, campeão em título da Vuelta, vestiu o fato que tão bem lhe assenta, o de gregário de luxo, com um brutal trabalho para Van Aert, conseguindo anular a escapada do espanhol.
Já perto da meta, outro corredor da UAE tentou a sorte. Pavel Sivakov atacou, mas desta feita Van Aert teve auxílio de outra equipa. A Red Bull, que teoricamente não tinha ninguém para discutir aquele sprint — e, com efeito, o seu melhor classificado foi Roglic, que terminou em 18.º —, trabalhou muito com Vlasov para anular o avanço de Sivakov. A derradeira fuga foi alcançada e, sem surpresas, Van Aert, a estrela patrocinada pela Red Bull, agradeceu o esforço da equipa Red Bull para vencer a segunda etapa nesta Vuelta.
Na geral, O'Connor mantém-se na liderança, agora com 4,45 minutos para Roglic, que foi buscar 6 segundos de bonificação na contagem de 2.ª categoria. João Almeida segue em 3.º, a 4,59 do australiano que tem a camisola vermelha.
O fim de semana trará agora bastante montanha, a qual testará, certamente, as forças de O'Connor. A próxima tirada, entre Úbeda e Cazorla, trará duas contagens de montanha na segunda metade da jornada, uma de 2.ª categoria e outra de 3.ª, coincidindo com a meta.