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Chapa ganha, chapa gasta: apostas desportivas, um hobby de risco

Chapa ganha, chapa gasta: apostas desportivas, um hobby de risco

O jogo online atrai cada vez mais pessoas, mas crescem os pedidos de ajuda: 93,6 mil pediram a autoexclusão nos últimos três meses

Helena Viegas

O valor de uma aposta desportiva não pode exceder 1% do montante que nesse momento tem em carteira. Para Mário (nome fictício), 43 anos, engenheiro a viver em África, jogo online é hoje sinónimo de apostas desportivas, e essa é a regra. O Top 5 das ligas europeias de futebol é a sua praia, mas “o objetivo é agora estar entretido aos fins de semana e dar emoção aos jogos”, diz. A maturidade trouxe-lhe a noção dos limites. “Tem de haver uma regra...”, avisa.

Mário chegou ao jogo online pelo póquer, há 15 anos, numa altura em que não existia legislação, atraído pela efervescência de um ambiente que hoje define como de euforia e descontrolo. O Decreto-Lei nº 66/2015, de 29 de abril, que estipula o Regime Jurídico dos Jogos e Apostas Online (RJO), tem seis anos. “Nessa época, era o faroeste, não se pagavam impostos, jogávamos com pessoas de qualquer parte do Mundo. A qualquer hora da noite, podiam estar 100 mil pessoas a jogar”, conta. Ainda com 28 anos, inscreveu-se num torneio e 10 horas depois acabou com um 3º lugar entre oito mil jogadores. Ganhou €85 mil.

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