• Expresso
  • Tribuna
  • Blitz
  • Boa Cama Boa Mesa
  • Emprego
  • Expressinho
  • O Mirante
  • Exclusivos
  • Semanário
  • Subscrever newsletters
  • Últimas
  • Classificação
  • Calendário
  • Benfica
  • FC Porto
  • Sporting
  • Casa às Costas
  • Entrevistas
  • Opinião
  • Newsletter
  • Podcasts
  • Crónicas
  • Reportagens
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • RSS
Tribuna ExpressoTribuna Expresso
  • Exclusivos
  • Semanário
Tribuna ExpressoTribuna Expresso
  • Últimas
  • Classificação
  • Calendário
  • Benfica
  • FC Porto
  • Sporting
  • Casa às Costas
  • Entrevistas
  • Opinião
  • Newsletter
  • Podcasts

Futebol feminino

Elas movem o mundo e transformaram “o extraordinário em normal”

Elas movem o mundo e transformaram “o extraordinário em normal”
UEFA

A equipa feminina do Barcelona, transformada em ícone social, consolidou a hegemonia europeia, conquistando a terceira das últimas quatro Ligas dos Campeões. Movendo multidões, num ambiente de assinalável desportivismo, Aitana Bonmatí assegura que “o êxito nunca sacia” e Alexia Putellas tem o seu momento Brandi Chastain

Elas movem o mundo e transformaram “o extraordinário em normal”

Pedro Barata

em Bilbau

22 de maio de 2014, Restelo. A dias da final da Liga dos Campeões masculina, na Luz, entre Real e Atlético de Madrid, a UEFA monta, à beira-rio, uma espécie de partida acessória, de anexo, de aperitivo que nem vendido como aperitivo é.

Tyresö e Wolfsburgo disputaram, naquela tarde de primavera, o troféu da Champions feminina no estádio do Belenenses e nem a presença de craques como Marta, Christen Press ou Alexandra Popp é suficiente para encher os 19.000 assentos do campo, cuja maioria das cadeiras estava vazia. Perante uma atmosfera envolvente de quase indiferença, as alemãs venceram por 4-3.

Irene Paredes lembra-se desses tempos. Aliás, até recorda alturas mais recentes, quando “encher um estádio como San Mamés era impensável”. Uma década depois do Restelo, a central fala numa envolvência diferente, num dia diferente, num mundo diferente.

25 de maio de 2024, Bilbau. Perante 50.827 almas, novo recorde da competição, o Barcelona derrota o Lyon por 2-0 e ganha a segunda Liga dos Campeões feminina. E, como recorda Paredes, “houve imensa gente que ficou de fora, sem bilhetes”. Ao intervalo, espreitar pelos gigantes vidros que permitem ver a parte de fora do estádio do Athletic era confirmar a frase de Irene, com gente de cerveja na mão sofrendo com a partida no ecrã que — literalmente — estava mais à mão.

Ver Twitter

“Temos de ver onde, há pouco tempo, estava o clube, estava o futebol feminino, estávamos todas. Tornámos o extraordinário em normal”, diz Irene. A espanhola fala perante uma multidão de jornalistas, outra demonstração da máxima atenção mediática em torno deste desafio e desta equipa.

Após o final do encontro entre francesas e catalãs, a zona mista de San Mamés é pequena para tanto microfone e câmara. Ajuda, claro, que aqui esteja o Barcelona, com a infinidade de canais de Twitch, canais de Youtube, rádios, sites, jornais e tudo o que seja plataforma que se dedica à atualidade culé. Mas, quando Cascarino, cabisbaixa, se detém para comentar como “o Lyon tem de se reinventar para voltar ao nível delas”, também há uma concentração de braços estendidos junta à tecnicista atacante francesa.

A festa do Barça foi passando por aquele corredor, com a guarda-redes Cata Coll a garantir que agora se iria “dançar até às 9 da manhã”.

A zona mista de San Mamés. Ao fundo, atrás dos muitos jornalista, está Salma Paralluelo
D.R.

Aos 20 anos, Salma Paralluelo já ganhou tudo. Duas Ligas dos Campeões, um Mundial, uma Liga das Nações, uma liga espanhola, uma Taça do Rei, duas Supertaças de Espanha - isto depois de colecionar títulos no atletismo antes de ser adulta.

A extrema fala com a mesma velocidade com que se desmarca. Questionada sobre onde está a motivação para voltar a vencer quando se tem uma vitrina cheia sendo pouco mais que uma adolescente, ela encolhe os braços e atira: “Se sonharmos em grande, conseguimos em grande. É voltar a fazer tudo novamente.”

Aitana e Alexia, Alexia e Aitana

Quando alguém domina uma modalidade como Aitana Bonmatí, o cérebro imediatamente pede que se lhe coloquem rótulos monárquicos. Mas aqui, no Barça, todos sabem quem é la reina.

Depois de uma lesão grave de joelho, seguida de uma difícil recuperação e da novela quanto à sua renovação de contrato, Alexia Putellas foi suplente em San Mamés. Deve ter sido “lixado” para a média, comentou Irene Paredes na zona mista.

Não obstante a perda de protagonismo, a importância social de Putellas vê-se nas ruas de Bilbau. Entre a enorme invasão de camisolas do Barcelona à terra basca, muitas são de Alexia, que é uma das futebolistas — mulher ou homem — que mais rende comercialmente ao emblema liderado por Joan Laporta.

UEFA

Ainda assim, a monarca teve o seu momento de consagração no epílogo do jogo, apontando o 2-0. A celebração promete transformar-se em ícone: tirou a camisola e correu num grito de raiva e alegria. Na bancada de imprensa, o nome de “Brandi Chastain”, a norte-americana que tirou a camisola no Rose Bowl após dar o título mundial ao seu país, em 1999, foi imediatamente ouvido.

Alexia não parou na zona mista. Passou de cerveja na mão, saltando e cantando, mas antes falou à “DAZN”, confessando que “não se controlou” e ficou “maluca” ao marcar. “Os últimos anos foram duros, isto dá sentido a tudo o que fazes. É um dos dias mais felizes da minha vida”, explicou.

Mas se, formalmente, o trono permanece de Alexia, futebolísticamente a coroa é de Aitana. Bonmatí marca em campo, fala com desenvoltura fora dele, tem o seu nome omnipresente nas camisolas de um sem-fim de meninas e meninos.

Sonia Bompastor, a filha de portugueses que treina o Lyon, sabia que as suas jogadoras não podiam recuar muito no terreno. Perante a qualidade do Barcelona, explicou na conferência de imprensa, “se baixas em demasia, num dado momento, acontece”.

“Acontece”, como se fosse o cair da chuva quando as nuvens de Bilbau aparecem. Inevitável. Como Aitana, que quando as culés passaram a rodear a área, encontrou espaço e marcou.

THOMAS COEX/Getty

Futebol feminino

Não há nervos nem traumas que limitem Aitana Bonmatí, a feiticeira dourada que levou nova Liga dos Campeões rumo a Barcelona

Leia também

Poucas desportistas ter-se-ão banhado tanto em glória nos últimos anos como Aitana, novamente eleita a MVP da final. Mas ela garante que “o êxito nunca sacia”, “nunca é suficiente”.

Uma fenómeno social… rumo a Alvalade?

A equipa feminina do Barcelona não é Taylor Swift, mas aqui também há algo dessa cultura pop, de peregrinação massiva de jovens, de encontrar um objeto de devoção na vida. Esta base de adeptos é incrivelmente mais adolescente e feminina do que se veria numa final europeia masculina.

Em linha com o que se viu, por exemplo, no Euro 2022 ou no Mundial 2023, também aqui o ambiente é saudável e, utilizando linguagem em voga em 2024, pouco tóxico. Há tensão, há nervos, roem-se unhas durante o jogo, não há défice de carga emocional nem de relevância desportiva. Mas a convivência pacífica entre adeptos do Barça — em esmagadora maioria — e do Lyon é a nota dominante.

UEFA

“Movem o mundo.” A expressão, inscrita numa enorme tarja que foi mostrada atrás da baliza na qual Aitana e Alexia marcaram, tornou-se quase o lema oficioso desta equipa. E faz jus à ideia de revolução expressa, uma vez mais, nas ponderadas palavras de Irene Paredes.

“Há cinco anos estávamos muito longe do Lyon, agora somos nós a referência”, aponta a central. Em 2019, na primeira final de Champions do Barça, as francesas já venciam por 4-0 aos 30'. Toda a gente no clube assume esse momento como a grande derrota necessária para acelerar o processo de crescimento.

Já passa da meia-noite em Bilbau e as ruas perto do San Mamés estão cheias de culés festejando. Numa zona cheia de bares de bebida barata, na qual o botellón não incomoda as autoridades, umas duas dezenas de raparigas celebram, dançando em roda e cantando. Têm, quase todas, camisolas de Aitana e Alexia, mas também de Messi.

Quando é tentada uma aproximação para dialogar sobre esta febre, uma das adolescentes saca de um tambor e começa a tocar. A única palavra que o ouvido da rapariga vestida à Alexia capta é “Portugal”. “Ah, Portugal… Lisboa! El año que viene estamos en Alvalade!”.

A 23, 24 ou 25 de maio de 2025 (a UEFA ainda não confirmou a data), a final da Liga dos Campeões feminina será em Alvalade. E não há dúvidas sobre qual é, desde já, a equipa favorita a erguer o troféu na casa do Sporting.

Relacionados
  • Não há nervos nem traumas que limitem Aitana Bonmatí, a feiticeira dourada que levou nova Liga dos Campeões rumo a Barcelona

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: tribuna@expresso.impresa.pt

Futebol feminino

  • Europeu feminino 2025

    O génio de Aitana coloca Espanha em nova final contra Inglaterra

    Lusa

  • Europeu feminino 2025

    Após superar o cancro duas vezes, Ann-Katrin Berger levou a Alemanha às meias-finais do Euro travando penáltis com as mãos atrás das costas

    Francisco Martins

  • Futebol feminino

    Depois do Sporting, Olivia Smith deixou de ser só potencial e tornou-se na jogadora que Inglaterra respeita - e a mais cara de sempre

    Francisco Martins

  • Futebol feminino

    Na Copa América feminina, as equipas não podem aquecer no relvado e as jogadoras exigem mais: “Até os jogos amadores eram mais organizados”

    Lídia Paralta Gomes

+ Exclusivos
+ Artigos
  • A casa às costas

    “Sou muito esquisito com os cheiros. Tenho a alcunha de 'princesa' porque sou muito cuidadoso com a higiene e gosto de me perfumar”

    Alexandra Simões de Abreu

  • Sporting

    O improvável destino de Viktor: um passe para trás até à infância de Gyökeres, o homem golo da liga portuguesa que agora vai para o Arsenal

    João Diogo Correia

  • Futebol nacional

    Gérard López: entrar com promessas, sair calado — e na falência

    Pedro Barata

  • A casa às costas

    “A mágoa da saída do FC Porto vai estar sempre comigo. Não foi correta a forma de tratar um jogador formado na casa e que ama o clube”

    Alexandra Simões de Abreu

+ Vistas
  • A casa às costas

    “A mágoa da saída do FC Porto vai estar sempre comigo. Não foi correta a forma de tratar um jogador formado na casa e que ama o clube”

  • Crónica de Jogo

    O novo Benfica mudou a face sem ser (para já) muito diferente do velho Benfica

  • Sporting

    Com Gyökeres a caminho de Londres, o futuro do Sporting é Luis Suárez. O que diferencia os dois avançados?

  • Sporting

    O fim da novela do homem da máscara: Sporting vende Gyökeres ao Arsenal

  • Crónica de Jogo

    O Sporting entra na vida pós-Gyökeres com velhos protagonistas e novas paternidades

  • Futebol nacional

    Gérard López: entrar com promessas, sair calado — e na falência

  • A casa às costas

    “No Atlético de Madrid senti o peso dos egos. Havia jogadores, o Torres ou o Gabi, que não davam azo a que perguntasse sequer como estavam”

  • Futebol nacional

    Grupo de adeptos do Boavista cria novo clube chamado Panteras Negras FC

+ Vistas
  • Expresso

    Carlos Tavares, antigo presidente do grupo Peugeot-Citroën, aconselha líder do PS

  • Expresso

    Greve nos aeroportos em Portugal: datas, impacto nos voos e dicas para quem viaja em julho e agosto

  • Expresso

    Polícia Judiciária investiga morte misteriosa de jovem angolana em Aveiro

  • Expresso

    “Para não chatearem ninguém”: como amarrar idosos faz parte da rotina invisível dos lares

  • Expresso

    Imigrante que recusa deixar Portugal está detido por “risco de fuga” do país

  • Expresso

    INE responde a Marcelo e diz que AIMA devia ter fornecido dados sobre imigração há quase oito meses

  • Expresso

    Bruno Nogueira: “Quando és humorista e tens muita gente a ouvir-te, acho que não te caem os parentes na lama se aceitares que com isso vem uma responsabilidade”

  • Expresso

    Carlos Guimarães Pinto: “Demiti-me para ter aulas com o Dalai Lama. Gostei tanto de Dharamshala que tenho medo de voltar, foram dos meses mais felizes da minha vida”