Futebol internacional

Clubes mais ricos avançam para Superliga europeia e UEFA responde com dureza: excluirá todos os que participem nesse "projeto cínico"

Clubes mais ricos avançam para Superliga europeia e UEFA responde com dureza: excluirá todos os que participem nesse "projeto cínico"
Denis Balibouse

Doze dos clubes mais ricos da Europa querem mesmo avançar com a Superliga europeia, contra a vontade da UEFA, que promete represálias para “travar este projeto cínico, que é fundado no egoísmo de alguns clubes, numa altura em que a sociedade precisa mais do que nunca de solidariedade”

tribuna expresso e lusa

A UEFA reafirmou hoje que excluirá os clubes que integrem uma eventual Superliga europeia de futebol, e que tomará “todas as medidas necessárias, a nível judicial e desportivo” para inviabilizar a criação de um “projeto cínico”.

A UEFA disse contar com o apoio das federações de Inglaterra, Espanha e Itália, bem como das ligas de futebol destes três países, para combater a criação da Superliga europeia, depois de “ter tomado conhecimento que alguns clubes ingleses, espanhóis e italianos poderão estar a planear” o seu desenvolvimento.

De acordo com o "Financial Times", doze dos mais ricos clubes da Europa terão já assinado um plano para avançar com a Superliga, estando entre os participantes Real Madrid, Barcelona, Manchester United, Manchester City, Liverpool, Arsenal, Chelsea, Juventus, Inter e AC Milan. Já o Bayern Munique e o PSG, também dois dos clubes europeus com mais receitas, não participarão.

Represálias por "egoísmo"

“Tal como já foi anunciado pela UEFA e por aqueles seis organismos, informamos que os clubes envolvidos serão impedidos de disputar qualquer outra competição, a nível nacional, europeu e mundial e os seus jogadores não poderão representar as respetivas seleções nacionais”, informou a UEFA, em comunicado.

O organismo regulador do futebol europeu assinalou que unirá esforços com as federações e ligas de três das maiores potências da modalidade para “travar este projeto cínico, que é fundado no egoísmo de alguns clubes, numa altura em que a sociedade precisa mais do que nunca de solidariedade”.

“Tomaremos todas as medidas necessárias, a nível judicial e desportivo, para impedir que isso aconteça. O futebol é alicerçado em competições abertas e no mérito desportivo. Não poderá ser de outra forma”, advertiu a UEFA, apelando a “todos os amantes do futebol, adeptos e políticos, para se juntarem na luta” contra a criação da Superliga europeia.

Em janeiro, a FIFA já tinha avisado, num comunicado conjunto com as confederações do futebol mundial, que impediria de participar nas suas competições qualquer clube ou jogador que integrasse uma eventual competição de elite, disputada por convite por alguns dos maiores clubes europeus.

A UEFA deve anunciar na segunda-feira o novo formato das competições europeias a partir da época 2024, sendo esperada uma alteração drástica no modelo da Liga dos Campeões, com muito mais jogos e um aumento para 36 equipas.

Tem alguma questão? Envie um email ao jornalista: tribuna@expresso.impresa.pt