Governo espanhol afirma que detenção de Rubiales é “uma garantia” para “a organização do Mundial de 2030”
FIFA
Félix Bolaños, ministro da economia de Espanha, defendeu que “a mera existência” da investigação que culminou na detenção de Luis Rubiales, antigo presidente de federação de futebol do país, “demonstra que as instituições democráticas e o sistema judicial funcionam” e “isso é uma garantia para a organização e a celebração de qualquer evento internacional”
O governo espanhol descartou que o processo judicial relacionado com suspeitas de corrupção na federação de futebol ponha em risco a organização do Mundial2030 por Espanha, Portugal e Marrocos.
“A mera existência desta operação demonstra que as instituições democráticas e o sistema judicial funcionam em Espanha e isso é uma garantia para a organização e a celebração de qualquer evento internacional como o Mundial de futebol”, disse o ministro da Presidência e da Justiça, Félix Bolaños.
O ministro sublinhou que “as forças de segurança do Estado e os juízes estão a fazer o seu trabalho, que é perseguir o delito e perseguir os delinquentes”.
Félix Bolaños respondeu desta forma a perguntas dos jornalistas, em Madrid, sobre a investigação judicial por suspeita de corrupção na Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) entre 2018 e 2023, quando Luis Rubiales presidia à instituição.
Luis Rubiales, ex-presidente da Federação Espanhola de Futebol.
Rubiales foi detido, na quarta-feira, no aeroporto de Madrid pela polícia, por causa deste caso, depois de aterrar em Espanha vindo do estrangeiro.
Depois de identificado e notificado do processo judicial, Rubiales saiu em liberdade, ficando agora a aguardar a convocatória para ser ouvido pela justiça, segundo diversas fontes citadas pelos meios de comunicação social espanhóis.
Foram-lhe também apreendidos telemóveis e outros dispositivos móveis, como havia solicitado a juíza que tutela a investigação, disseram as mesmas fontes.
O ex-presidente da RFEF chegou hoje a Madrid num voo comercial oriundo da República Dominicana e foi abordado por elementos da Guarda Civil ainda dentro do avião, segundo o canal de televisão La Sexta, que tinha uma equipa de jornalistas no mesmo voo.
Rubiales foi depois levado num carro da Guarda Civil, um momento transmitido pela mesma televisão.
António Laranjo, presidente da comissão da candidatura ao Mundial de 2030.
Em investigação estão possíveis irregularidades em contratos na RFEF quando Rubiales era presidente da federação, cargo que abandonou na sequência da polémica do beijo à jogadora Jenni Hermoso.
Rubiales negou as acusações de corrupção numa entrevista à televisão La Sexta que será integralmente transmitida hoje.
O ex-presidente da RFEF estava na República Dominicana quando há duas semanas foi notificado pela justiça, tendo a sua defesa informado a juíza do caso de que estava fora de Espanha por questões laborais, que voltaria ao país em 6 de abril e que ficaria à "total disposição" das autoridades.
Rubiales acabou por antecipar o regresso a Espanha e aterrou esta manhã em Madrid, depois de na segunda-feira o alojamento em que estava na República Dominicana ter sido alvo de buscas por elementos da Guarda Civil em colaboração com autoridades do país americano, segundo os 'media' espanhóis.
No âmbito desta investigação foram já detidas várias pessoas em 22 de março, quando houve buscas na sede da RFEF, em Madrid, e na casa de Luis Rubiales, em Granada, entre outros locais.
Segundo documentos citados hoje pela agência de notícias EFE, a justiça espanhola já bloqueou mais de 50 contas bancárias de diversas pessoas, incluindo algumas de Rubiales, e apreendeu também um carro do ex-presidente da federação.
O processo afeta supostas irregularidades nos contratos celebrados pela RFEF desde 2018, período em que o organismo esteve sob a presidência de Luis Rubiales e que inclui a realização da Supertaça espanhola de futebol na Arábia Saudita.